ATA DA DÉCIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 10-3-2005.

           

Aos dez dias do mês de março de dois mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Margarete Moraes, Maria Celeste, Professor Garcia, Raul Carrion e Sofia Cavedon. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Sebastião Melo e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Alceu Brasinha, o Pedido de Providências nº 296/05 (Processo nº 1459/05); pelo Vereador Carlos Todeschini, o Pedido de Informações nº 055/05 (Processo nº 1375/05); pelo Vereador Ervino Besson, o Projeto de Lei do Legislativo nº 063/05 (Processo nº 1350/05); pelo Vereador Haroldo de Souza, o Pedido de Providências nº 292/05 (Processo nº 1439/05); pelo Vereador Maurício Dziedricki, os Pedidos de Providências nos 278 e 289/05 (Processos nos 1422 e 1433/04, respectivamente); pelo Vereador Mauro Zacher, o Pedido de Providências nº 190/05 (Processo nº 1128/05) e os Pedidos de Informações nos 041 e 042/05 (Processos nos 1088 e 1089/05). Também, foi apregoado o Ofício nº 036/05, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 005/05 (Processo nº 1522/05). Ainda, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando desarquivamento de Processos: de autoria do Vereador João Antonio Dib, com referência ao Projeto de Lei do Executivo nº 045/04 (Processo nº 4751/04); de autoria da Vereadora Margarete Moraes, com referência ao Projeto de Lei do Executivo nº 066/04 (Processo nº 5800/04). Após, foi apregoado o Requerimento nº 081/05 (Processo nº 1574/05 – Requer seja encaminhado Ofício ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul, solicitando relatório mensal sobre o valor e a aplicação de recursos financeiros do orçamento do Estado, repassados ao Município de Porto Alegre para o gerenciamento do Sistema Único de Saúde no ano de dois mil e cinco), de autoria do Vereador Carlos Comassetto. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 014, 015, 025, 028, 029, 030, 031 e 032/05, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 008/05, da Vereadora Naura Bordignon, Presidenta da Câmara Municipal de Marau – RS. Na ocasião, o Vereador Adeli Sell formulou Requerimento verbal, solicitando esclarecimentos acerca do motivo pelo qual foi retirado da Ordem do Dia das Sessões de ontem e de hoje o Requerimento nº 072/05, de sua autoria, tendo o Senhor Presidente informado que oportunamente iria responder a esse questionamento e tendo o Vereador Adeli Sell manifestado-se sobre o assunto. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Nara Maria Jurkfitz, Presidenta da Associação Brasileira de Servidores de Câmaras Municipais – ABRASCAM, que discorreu acerca do trabalho prestado pelos servidores públicos à sociedade, ressaltando que a categoria teve sua imagem desgastada ao longo do tempo e que a entidade procura, por meio de ações efetivas, reverter esse quadro. Em relação ao assunto, salientou que a ABRASCAM busca promover o aprimoramento profissional e o fortalecimento das Câmaras Municipais. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Mario Fraga, Professor Garcia, Manuela d'Ávila, Maurício Dziedricki, Bernardino Vendruscolo, João Carlos Nedel e Sofia Cavedon manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Também, o Senhor Presidente registrou a presença dos seguintes Vereadores gaúchos: Carlos Norberto Filipin e Nair Elisabete Ianke Preissler, da Câmara Municipal de Alegria; Sérgio Antonio Cardoso, da Câmara Municipal de Cacequi; Rosani Maria Moura, da Câmara Municipal de Candelária; Carlinhos de Souza, da Câmara Municipal de Capão Bonito do Sul; Carlos Rogério Spengler, Saldanha Boiarski Borges e Henrique Luís Gresele Szareski, da Câmara Municipal de Independência; Vilson Leonor Froehlich Junior, da Câmara Municipal de Jaguarão; Gilson Vieira, da Câmara Municipal de Lagoão; Ivan Rafael Trevisan, da Câmara Municipal de Pantano Grande; Francisco Marasca, da Câmara Municipal de Santo Ângelo; Raul Antônio Tadiotto, da Câmara Municipal de Santo Expedito do Sul; Eduardo Pecker Simchen e Rosângela da Silva Oliveira, da Câmara Municipal de Tapes; Francisco Model Hendler, Romacir Pereira Martins e Silvio Pereira da Silva, da Câmara Municipal de Taquari; Antônio Cezar Silveira e Felipe Prado Lima, da Câmara Municipal de Tupanciretã; e Alfonsina Aparecida Guedes de Moura, da Câmara Municipal de Uruguaiana. Às quatorze horas e trinta e quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e cinco minutos, constatada a existência de quórum. Em prosseguimento, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Isaac Ainhorn, Secretário de Planejamento Municipal, convidando-o a integrar a Mesa dos trabalhos. Também, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da tramitação do Requerimento nº 072/05, de autoria do Vereador Adeli Sell, informando que esse Requerimento será submetido à apreciação dos Senhores Vereadores na Ordem do Dia da presente Sessão, tendo o Vereador Adeli Sell manifestado-se sobre o assunto. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Dr. Goulart manifestou-se a respeito da falta de médicos e condições adequadas para o atendimento público de saúde no Município, justificando a necessidade de que sejam tomadas medidas no sentido de minorar esse problema. Também, saudou a aprovação, pelo Congresso Nacional, da liberação de pesquisas com células-tronco, considerando essa medida positiva para a ciência e para as pessoas que sofrem de doenças crônicas. O Vereador Haroldo de Souza, discutindo a situação do idoso na sociedade atual, externou sua preocupação no sentido de que seja repensada e aprimorada a política municipal de apoio à pessoa idosa. Ainda, comentou Projetos de sua autoria que tratam da criação de facilidades cotidianas a usuários de cadeira de rodas, da substituição de tampas de bueiros de ferro por concreto e da obrigatoriedade da inspeção anual de saúde em escolas da rede pública de ensino. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Adeli Sell debateu a questão dos roubos e furtos de veículos na Praça Argentina e lembrou que na região central da Cidade continua funcionando um depósito de frutas que serve como esconderijo para “batedores de carteira”. Também, reportou-se a assassinatos ocorridos no Bairro Restinga e a mortes de Policiais Militares em Porto Alegre, propugnando por um movimento geral da população contra a insegurança urbana. O Vereador Alceu Brasinha historiou sua vida, desde a chegada a Porto Alegre, vindo de Três Passos, até hoje, relatando as dificuldades enfrentadas no dia-a-dia. Nesse sentido, registrou seu crescimento profissional e a participação que teve em movimentos comunitários, quando conheceu pessoas influentes, como o Senador Sérgio Zambiazi e o Presidente Estadual do PTB, Senhor Claúdio Manfrói, que oportunizaram seu ingresso na vida pública. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Alceu Brasinha, dando continuidade ao seu pronunciamento em Comunicações, destacou a honra de fazer parte da Bancada do PTB, juntamente com os Vereadores Elói Guimarães, Elias Vidal e Maurício Dziedricki. Também, externou sua paixão pelo Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e deu o exemplo de um torcedor que viajou a pé de Santa Catarina até Porto Alegre com o sonho de trabalhar nesse clube. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Aldacir Oliboni discorreu sobre a política de saúde seguida pelo Partido dos Trabalhadores quando à frente do Governo Municipal. Ainda, criticou a atuação do Prefeito José Fogaça nessa área, lembrando a extinção de programas de atendimento médico, como o Serviço de Saúde do Trabalhador, e propugnando pela criação de mecanismos que viabilizem a ampliação da assistência médica oferecida à população porto-alegrense. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Claudio Sebenelo contestou cobrança de ações públicas no setor da saúde efetuadas pelo Vereador Aldacir Oliboni, no período de Comunicações, apresentando dados acerca da situação da assistência médica em Porto Alegre durante a gestão do Partido dos Trabalhadores. Finalizando, referiu-se ao Requerimento nº 194/03, de sua autoria, que propunha averiguar irregularidades nos serviços do Sistema Único de Saúde no Município. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Bernardino Vendruscolo, discorrendo sobre o Movimento Tradicionalista Gaúcho, reportou-se ao trabalho de construção e desmonte do Acampamento Farroupilha, realizado anualmente no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho. Também, citou o Projeto de Resolução nº 042/05, que destina Sessão Solene alusiva à Revolução Farroupilha, e defendeu a realização, em dois mil e cinco, dessa Sessão no referido Acampamento. O Vereador Ervino Besson aludiu à reunião ocorrida no dia três de março do corrente, com a Coordenação-Geral dos Conselhos Tutelares de Porto Alegre, quando foi analisado o Projeto de Lei do Legislativo nº 007/03, que cria o passe livre no transporte para o estudante carente. Sobre o assunto, informou que no dia quatorze de março do corrente o Senhor Cézar Busatto, Secretário Municipal de Coordenação Política e Governança Local, comparecerá nesta Casa para debater a matéria. O Vereador João Antonio Dib teceu considerações acerca do Orçamento municipal para dois mil e cinco, comentando fontes de recursos ali previstas e valores arrecadados nos primeiros meses deste ano. Nesse sentido, avaliou dados relativos às verbas orçamentárias dos últimos dois anos, questionando, em especial, a gestão de recursos federais recebidos do Sistema Único de Saúde no período em que o Partido dos Trabalhadores foi responsável pela direção do Governo Municipal. Após, o Senhor Presidente registrou a presença do Vereador Marcelo Demoliner, do Município de Erechim – RS, e do Coronel Irani Siqueira, Assessor Parlamentar do Comando Militar do Sul. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 081/01, discutido pelos Vereadores Carlos Comassetto e João Antonio Dib, 183 e 036/04, este discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Maria Celeste, 012/05, discutido pelos Vereadores Carlos Comassetto, João Antonio Dib e Bernardino Vendruscolo, 013 e 014/05, discutidos pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, 048, 049, 056, 057 e 061/05, os Projetos de Resolução nos 014/04, 065, 066 e 069/05; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 172/99, discutido pelo Vereador Adeli Sell, 180/00, 217 e 268/01, 069 e 200/02, 380/03, 217/04, 008, 039 e 009/05, este discutido pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 008/00 e o Projeto de Resolução nº 118/04; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 105/02, 208, 322, 429 e 459/03, 140, 163, 175, 186 e 188/04, 037 e 045/05, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 013/04, o Projeto de Resolução nº 062/05; em 4ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 063/05; em 5ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 053/05. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Mario Fraga apoiou a atuação do Prefeito José Fogaça à frente do Governo Municipal, declarando que esse político trabalha com déficits oriundos de gestões anteriores, os quais dificultam uma implantação imediata de novas políticas estruturais. Nesse sentido, solicitou aos Vereadores compreensão e concessão de mais tempo para que sejam concretizadas as metas pretendidas quanto à oferta de serviços públicos de qualidade à população. Na ocasião, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria da Vereadora Neuza Canabarro, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 037/05 (Processo nº 0814/05). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Professor Garcia posicionou-se contrariamente à manutenção do Veto Total ao Projeto de Lei do Legislativo nº 172/03, que cria a Secretaria Municipal da Juventude, considerando incoerente o tratamento dado à questão pelo Executivo Municipal. Ainda, cobrou o cumprimento da Lei Municipal nº 8.203/98, que determina que shows internacionais realizados em Porto Alegre sejam precedidos pela apresentação de uma banda local. O Vereador Carlos Todeschini discordou de críticas atinentes à situação financeira deixada pelo Partido dos Trabalhadores na Prefeitura Municipal, alegando que o impacto orçamentário dessas dívidas é pequeno se comparado ao de outras Capitais brasileiras. Também, apontou deficiências na área da saúde em Porto Alegre e registrou ter protocolado o Requerimento nº 084/05, que propõe a constituição de Comissão Especial com o objetivo de tratar da segurança pública. O Vereador Sebastião Melo discorreu acerca do histórico financeiro da Prefeitura Municipal, assegurando que, quando o Partido dos Trabalhadores assumiu o Governo Municipal, houve um aumento na arrecadação tributária. Nesse sentido, contestou informações a esse respeito, divulgadas durante a transição governamental, exclamando que dados relativos às finanças municipais da Prefeitura foram extraviados por funcionários de Cargos em Comissão do último Governo. O Vereador Raul Carrion parabenizou o Senhor Maurício Nunes Santos pela eleição no Conselho de Presidentes da Associação das Entidades Recreativas, Culturais e Carnavalescas de Porto Alegre e convidou a todos para Reunião Extraordinária da Comissão de Urbanismo, Transporte e Habitação para tratar da “Ocupação Costa e Silva”. Ainda, registrou ter participado de reunião do Conselho Municipal de Justiça e Segurança e contraditou afirmações do Vereador Sebastião Melo sobre impostos e segurança pública. A Vereadora Clênia Maranhão comentou a preocupação do atual Governo Municipal em disponibilizar serviços públicos às camadas mais carentes da sociedade e a intenção de melhorar a administração em Porto Alegre. Também, comparou a situação financeira atual e anterior da Prefeitura Municipal e o desaparecimento de dados, atribuído a funcionários detentores de Cargos em Comissão do Governo do ex-Prefeito João Verle, relativos ao fluxo de caixa da Secretaria da Fazenda. O Vereador João Antonio Dib cobrou explicações do ex-Prefeito Municipal João Verle sobre a diminuição da arrecadação da Prefeitura no ano de dois mil e quatro, apresentando números relativos aos quatro últimos anos do Governo Municipal. Em relação ao assunto, destacou que a diferença entre a arrecadação e a previsão orçamentária da Prefeitura é de setecentos milhões de reais, elogiando a competência das pessoas hoje responsáveis pela administração da Secretaria da Fazenda. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Foram aprovados conjuntamente os Requerimentos nos 072/05 e 073/05 (Processos nos 1400 e 1478/05, respectivamente – Autorização para representar externamente esta Casa em visita para conhecer as soluções empreendidas em relação aos vendedores ambulantes em Belo Horizonte – MG, nos dias quatorze e quinze de março, com percepção de diárias e passagens aéreas) de autoria dos Vereadores Adeli Sell e Luiz Braz, respectivamente. Na ocasião, em face de Questão de Ordem e manifestação do Vereador Haroldo de Souza, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da Representação Externa dos Vereadores Adeli Sell e Luiz Braz a Belo Horizonte nos dias quatorze e quinze de março do corrente. Às dezessete horas e oito minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Elói Guimarães e Aldacir Oliboni e secretariados pelo Vereador Luiz Braz. Do que eu, Luiz Braz, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Solicito a presença à Mesa do Ver. Luiz Braz, 2º Secretário da Casa, para secretariar os trabalhos.

 

O SR. ADELI SELL (Requerimento): Eu queria requerer um retorno da Questão de Ordem que fiz ontem, nesta Casa, sobre o desaparecimento do meu Requerimento da Ordem do Dia de ontem. Hoje, para a minha surpresa, o Requerimento desapareceu novamente, sendo que apostei ontem todos os dados e informações de que entrei, inclusive, antes de um outro Vereador que fez um tipo de Requerimento semelhante.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Logo após, Ver. Adeli Sell, a leitura das proposições, darei a Vossa Excelência...

 

O SR. ADELI SELL (Questão de Ordem): Não quero ser inconveniente, mas V. Exª não precisa de 24 horas para responder a uma pergunta banal, Presidente!

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Peço que o Vereador se acalme, nós podemos resolver as coisas com calma. Esse é o apelo que faço a Vossa Excelência.

 

O SR. ADELI SELL: As pessoas não podem ser calmas numa Casa, quando se tira do espelho, arranca-se uma página... Eu quero respeito, eu quero democracia, eu quero direitos nesta Casa!

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu darei todas essas informações ao Vereador, se V. Exª vier com calma, que isso fique bem claro. Se V. Exª vier com calma, terá todas as informações, terá assegurado o seu direito.

Solicito ao Sr. 2º Secretário que proceda à leitura das proposições apresentadas à Mesa.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO (Luiz Braz): (Lê as proposições apresentadas à Mesa.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu vou informar ao Ver. Adeli Sell acerca do seu Requerimento, mas pediria vênia para que antes ouvíssemos a Tribuna Popular, em atenção às pessoas que estão aqui presentes para assistir à mesma. Logo após, Ver. Adeli Sell, daremos todos os esclarecimentos a que V. Exª tem direito.

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Srª Nara Maria Jurkfitz, representando a Associação Brasileira de Servidores de Câmaras Municipais, a Abrascam, está com a palavra para tratar de assunto relativo às atividades da entidade em prol das Câmaras Municipais e seus integrantes, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

A SRA. NARA MARIA JURKFITZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; Srs. Vereadores do interior do Estado do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina; colegas de Camaçari na Bahia, que estão aqui nos acompanhando nesse curso de treinamento da entidade, nós queremos, em primeiro lugar, registrar também a participação do Dr. André Leandro Barbi de Souza, que nos tem acompanhado ao longo dos nossos cursos de treinamento.

Srs. Vereadores, nós somos uma entidade que representa servidores públicos. Servidores públicos na concepção da palavra: “servidor”, que significa servir; “público”, que significa sociedade. Devemos, portanto, servir à sociedade. Para tanto, o servidor precisa descobrir-se. Ao longo dos últimos anos, o servidor público foi sendo encoberto por uma série de estigmas. Foi-nos atribuída a condição de responsáveis pela ineficiência governamental. Outro estigma nos imputado foi a falta de produtividade e, ainda, o descomprometimento. Fomos apresentados à sociedade como verdadeiros vilões, responsáveis até mesmo pelo déficit público e, ultimamente, pelo déficit da Previdência. Isso levou o servidor a um quadro de desmotivação pessoal e profissional, por isso precisamos nos redescobrir, retirar tais estigmas, desfazer essa imagem negativa e mostrar à sociedade quem somos e o que fazemos, quais os serviços que prestamos às nossas comunidades.

A eficiência, desde 1998, com a Emenda Constitucional nº 19, passou a ser uma obrigação do Estado, que passou a ter que se justificar à sociedade, mediante geração de resultados efetivos. Tal princípio constitucional passou a exigir a profissionalização do servidor público. Nossa entidade estava à frente desse processo. Nossa preocupação com a profissionalização do serviço e do servidor público iniciou-se em 1986, na cidade de Blumenau, data da realização do nosso I Congresso Brasileiro de Servidores de Câmaras Municipais.

Visando à valorização do servidor e da instituição Câmara Municipal, a Abrascam, no ano de 2004, desenvolveu 26 cursos de aperfeiçoamento, contando com a participação de 1.708 integrantes, entre Vereadores e servidores de 380 Câmaras Municipais, de 15 Estados da União. Oferecemos, nesse período, Sr. Presidente, para esta Câmara Municipal, 117 inscrições nos nossos cursos de treinamento e aperfeiçoamento profissional.

Nossas ações não estão restritas ao aprimoramento dos servidores e dos Vereadores. O fortalecimento do Legislativo Municipal e a qualificação dos serviços prestados às nossas comunidades nos levaram a outras ações. Nas discussões da Emenda Constitucional nº 41 da Reforma da Previdência, fomos a primeira entidade de servidores municipais a participar dos debates - relato feito, no dia 17 de março de 2003, nesta Tribuna Popular.

A Reforma da Previdência nos levou aos mais diversos Estados do País, e contamos, inclusive, em debate feito nesta Casa, com o apoio e a participação da hoje Vereadora Neuza Canabarro, bem como do Deputado Alceu Collares e da Deputada Luciana Genro. E memorável foi a participação da Deputada Jandira Fegalli nos nossos debates, também na Região Sudeste. Estiveram aqui conosco os Deputados Francisco Turra e Mendes Ribeiro Filho, discutindo com os nossos associados a situação dos Municípios frente à Reforma Tributária. Em nossos debates, as Reformas, pelo impacto que representam para os Municípios e para os servidores públicos, são a ordem do dia em nossas atividades. Estamos atentos também à Reforma Política e à continuidade da Reforma Tributária.

Quando da discussão da PEC dos Vereadores, nós temos convicção de que lá estávamos, talvez, mais atuantes do que as entidades representativas dos Vereadores, porque entendíamos imperativo que se preservasse a imagem das Câmaras Municipais, já que, de forma danosa, era jogado para a população, então, não mais os servidores, mas os Vereadores como os vilões da falta de recursos, nos Municípios, para a Saúde, a Educação e etc.

Fomos apoiadores, desde sua fundação, do Fórum Permanente de Presidentes de Câmaras de Capitais, que se iniciou na cidade de Curitiba com a participação do hoje Deputado José Eduardo Cardoso, que era o Presidente da Câmara Municipal de São Paulo, e do Presidente Derosso, da Câmara de Curitiba.

Fomos a única entidade convidada a integrar a equipe de formação das bases do Projeto Promolegis, coordenado pelo Dr. Gardel Amaral, da Câmara dos Deputados, que esteve conosco nesta Casa há duas semanas. O Projeto Promolegis visa à modernização das Câmaras Municipais com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento, que deverá ser lançado nos próximos dias.

Participamos também - e estamos trazendo agora no mês de maio para o Rio Grande do Sul - do Projeto Congresso nas Câmaras, que tem como primeiro módulo um curso sobre a gestão na área de Educação, que é coordenado pelo Dr. Ricardo Martins, da Câmara dos Deputado; estará sendo oferecido à região da Grande Ijuí, Santo Ângelo, agora no próximo mês de maio.

Participamos de todas as atividades que digam interesse ao Município, seja no Município, seja na esfera estadual ou na União. E, como reconhecimento pelas nossas atividades, tivemos a honra de receber, no dia 3 de setembro do ano passado, a mais alta comenda da Câmara Municipal de Belo Horizonte, que é o Grande Colar do Mérito Legislativo. Isso muito nos honrou porque foi a única servidora pública e a única cidadã fora de Belo Horizonte a receber essa comenda. A Câmara Municipal de Porto Alegre, Sr. Presidente, tem sido referência nacional tanto por seus Vereadores, pela atuação, pelos Projetos oferecidos pelos seus Vereadores, quanto pelos seus servidores, que apresentam um trabalho reconhecido nacionalmente.

E nós conclamamos a Câmara Municipal de Porto Alegre a participar efetivamente do processo de fortalecimento da função pública do servidor e da qualificação do serviço parlamentar. É vital a importância da participação efetiva da Câmara Municipal de Porto Alegre nessa questão. Nós precisamos incentivar debates internos e externos, propondo ações efetivas para a obtenção de nossas metas.

Sabemos que Câmaras Municipais todos os Municípios possuem. Queremos que tenhamos em cada Município um Poder Legislativo. Representamos os servidores públicos dos Legislativos Municipais. Buscamos o reconhecimento profissional da nossa categoria e o fortalecimento das Câmaras Municipais, base da democracia em nosso País, e nos colocamos à disposição de todos os Srs. Vereadores. Não tivemos, ainda, a oportunidade de conversar com os novos Vereadores, mas tenham em nossa entidade uma parceira para todas as questões que digam respeito às soluções das nossas comunidades. Como diz a expressão, somos servidores públicos e queremos servir às nossas comunidades, e, assim como nós, aqui nesta Câmara, também os colegas Vereadores e servidores de outras Câmaras que estão conosco neste momento. Obrigada. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Convido a Srª Presidenta da Abrascam, Srª Nara Maria Jurkfitz, a fazer parte da Mesa. Meus cumprimentos.

Nós queremos oferecer, agora, a palavra às Bancadas, mas permitam que, antes, façamos a leitura dos Vereadores e demais pessoas que estão acompanhando o curso da Abrascam: “Carlos Norberto Filipin, de Alegria-RS, do Partido Progressista; Nair Elisabete Ianke Preissler, de Alegria-RS, do Partido Progressista; Sérgio Antonio Cardoso, também Vereador, de Cacequi-RS; Rosani Maria Moura, de Candelária-RS, do Partido Progressista; Carlinhos de Souza, de Capão Bonito do Sul-RS, do PSB; Carlos Rogério Spengler, de Independência-RS, do PMDB; Henrique Luís Gresele Szareski, de Independência-RS, do PTB; Saldanha Boiarski Borges, de Independência-RS, do PTB; Vilson Leonor Froehlich Júnior, de Jaguarão-RS, do PMDB; Gilson Vieira, de Lagoão-RS, do PDT; Ivan Rafael Trevisan, de Pantano Grande-RS, do PMDB” - a lista é grande, diz a Presidenta - “Francisco Marasca, Santo Ângelo-RS, PMDB; Raul Antônio Tadiotto, Santo Expedito do Sul-RS, PMDB; Eduardo Pecker Simchen, Tapes-RS; Rosângela da Silva Oliveira, Tapes-RS; Francisco Model Hendler, Taquari-RS; Romacir Pereira Martins, Taquari-RS; Sílvio Pereira da Silva, Taquari-RS; Antônio Cezar Silveira, Tupanciretã-RS; Felipe Prado Lima, Tupanciretã-RS; Alfonsina Aparecida Guedes de Moura, Uruguaiana-RS, do PMDB”, além de servidores e servidoras. Peço uma salva de palmas aos nossos visitantes. (Palmas.)

O Ver. Mario Fraga está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente, Srª Presidenta; Nara, nossa amiga, nossa funcionária da Casa; tenho muito honra em falar em nome da Bancada do PDT, composta pelos Vereadores Dr. Goulart, Márcio Bins Ely, Neuza Canabarro, Ervino Besson, o qual que não está presente no momento. Presidenta Nara, falo em nome desta Bancada, que já conhece o seu trabalho.

Eu queria, neste momento, aproveitar para fazer uma homenagem pelo dia 8 de março, tenho certeza de que esta homenagem, também, é muito para você: uma mulher lutadora, batalhadora, que já conhecemos há bastante tempo. Quero saudar toda a platéia que está aqui fazendo o curso; já são conhecidos nacionalmente os cursos da Associação. Então, para mim, neste momento em que volto à Casa, Nara, minha amiga, fico muito satisfeito por poder falar nesta ocasião. Pedi para o Dr. Goulart, nosso Líder, que deixasse eu falar em nome do PDT. Então, mais uma vez, meus parabéns! Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, prezada Srª Nara, Presidente da Abrascam, sabemos da sua luta, da sua trajetória. E essa luta, conforme o seu relato - é a realidade -, não é simplesmente pela busca da melhoria de condições para os servidores, mas também para o enfrentamento naquilo que é justo, que foi o envolvimento da Abrascam na questão da Previdência, por exemplo. É também um trabalho na busca pela atualização e pela formação de Vereadores e servidores. Eu sou testemunha, lembro-me de que há três anos tivemos a oportunidade de participar de um Congresso Latino-americano, onde observamos a participação da Abrascam não simplesmente no âmbito do Brasil, mas no âmbito da América Latina. Então, quero parabenizar a todos que estão aqui participando, servidores e Vereadores.

Nara, continua com essa tua luta, porque tu engrandeces a Câmara de Porto Alegre e engrandeces as Câmaras Municipais dos mais de cinco mil Municípios do Brasil. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Prezado Presidente; Prezada Srª Nara Maria, Presidente da Abrascam e funcionária desta Casa; nós aprendemos, quando entramos aqui, e aos poucos, a reconhecer e a perceber, em todos os momentos, a importância e o valor dos funcionários dos Legislativos do nosso Município e dos outros Municípios, do Poder Legislativo no seu todo. A Bancada do PCdoB - eu e o meu colega Ver. Raul Carrion - reconhece, em todos os momentos, a busca incessante - e é percebida agora, inclusive pelos recentes cursos que estão acontecendo nesta Casa - pela constante qualificação de todos. Nós sabemos que essa qualificação não se perde; ela gera e produz cada vez mais e melhores trabalhos para a população.

Nós também conhecemos o empenho dos Vereadores e das Vereadoras desta Casa em garantir, para a qualificação, a bimestralidade dos funcionários desta Casa. O nosso Partido também teve um empenho muito grande no Congresso Nacional pela aprovação da PEC Paralela. Vamos continuar nessa luta junto com os servidores dos Legislativos, junto com a Abrascam, para qualificarmos e fazermos mais e melhor. Nosso abraço.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srª Nara Maria Jurkfitz, Presidente da Associação Brasileira de Servidores de Câmaras Municipais; em nome da Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, é com felicidade que lhe recebemos aqui. Ressalto a importância deste tema da qualificação, da competência, dos resultados que os servidores das Câmaras Municipais têm, somados ao nosso trabalho legislativo, mostrando à comunidade o verdadeiro papel do Legislativo Municipal; ordenando, coordenando, participando ativamente da vida das pessoas nos nossos Municípios. Tenho certeza de que a nossa maior dedicação, o nosso maior comprometimento é no sentido de fazer com que, cada vez mais, haja qualidade no serviço das Câmaras Municipais, tanto no que compete aos nossos Vereadores como também àquelas pessoas que, muitas vezes anonimamente, estão nos ajudando, estão celebrando essas relações. A sua visita, o seu pronunciamento aqui neste plenário vem se somar à necessidade de estipularmos, colaborarmos, construirmos uma Câmara Municipal muito mais forte. Muito obrigado pelo seu carinho, muito obrigado pelo seu compromisso de retornar e dar voz neste plenário, nesta tribuna, à solução e à qualificação do servidor municipal.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Srª Nara, falamos em nome da Bancada do PMDB, dos nossos colegas Ibsen Pinheiro, Haroldo de Souza e Sebastião Melo. Eu preciso dar um depoimento, pois tive oportunidade de conhecer o trabalho da Abrascam pessoalmente - eu, que sou o mais novo da nossa Bancada aqui nesta Casa. Vi o quanto é importante o trabalho da Abrascam, o quanto é importante a sua liderança, o quanto é importante a sua presença à frente da Abrascam. E, em outra oportunidade, também vi o quanto a senhora é querida pelos nossos colegas Vereadores do Interior que aqui estão. E, em nome da nossa Bancada, quero reforçar também os nossos cumprimentos aos funcionários públicos de forma geral. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Quero cumprimentar a Presidente Nara Maria Jurkfitz pelo belo trabalho que a Abrascam vem realizando no fortalecimento dos Legislativos do nosso País. Ao mesmo tempo, em nome da minha Bancada, composta por este Vereador, Ver. João Antonio Dib e Verª Mônica Leal, reforço esse cumprimento. Gostaríamos de dar boas-vindas a todos os Vereadores, Vereadoras, assessores e servidores das Câmaras Municipais do nosso Estado e de Estados vizinhos, que estão aí melhorando a sua qualificação para prestar melhores serviços às suas comunidades.

Inclusive, eu tive a grata surpresa e alegria de encontrar entre eles um antigo aluno meu do curso Técnico de Contabilidade, de Santo Ângelo. Então, meus cumprimentos a todas essas pessoas que vieram à nossa Câmara de Porto Alegre, que tem a honra de sediar esse evento, para melhorar as condições das Câmaras e assim melhor servir às suas comunidades. Meus parabéns, Nara! (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; cumprimento os nobres Vereadores, queria cumprimentar a Nara Maria, amiga e mãe de ex-aluno meu, o que muito me orgulha. Reconhecemos nessa gestão, em primeiro lugar, a representatividade que Porto Alegre tem ao dirigir uma associação brasileira, pois está à altura da trajetória desta Cidade que se encontra inserida no mundo e que, de fato, tem a direção de várias instituições, entidades nacionais, e a senhora representa mais uma parte desse orgulho. E, também, quero reconhecer as gestões - porque não é a primeira - muito ativas, muito criativas, muito comprometidas com a formação dos funcionários permanentes das Câmaras Municipais, com a discussão da tarefa legislativa.

Podemos perceber - sou Vereadora de segundo mandato -, todos que entram aqui percebem que esta Casa, independentemente das mudanças políticas, das disputas políticas, tem, sim, uma construção de conhecimento, uma qualidade, uma permanência que é fundamental para a democracia. Podemos afirmar, e com certeza, que esse é o tom do trabalho e da formação dos cursos e de tudo que é promovido pela Abrascam. Esse é o principal sentido, de servir a todos os Vereadores, porque assim está servindo ao povo, aos cidadãos e às cidadãs, garantindo que a democracia se realize plenamente. Nós podemos perceber isso e sabemos que é resultado desse trabalho. Portanto, quero parabenizá-la em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores e receber com muito carinho os visitantes, os Vereadores, funcionários, que vêm participar do curso.

Desejo muito sucesso à gestão na continuidade do trabalho, que esta gestão de Vereadores possa estar contribuindo e fortalecendo essa trajetória tão vitoriosa de vocês. Obrigada. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Queremos saudar a Historiadora Nara Maria Jurkfitz, que é funcionária exemplar desta Câmara Municipal e que criou o Memorial aqui da Casa. Aos presentes que acompanham o curso, a Presidenta tem desenvolvido um excelente trabalho, exatamente buscando esgotar, por assim dizer, as finalidades da própria Abrascam, levando-a por intermédio dos cursos à preparação necessária não só os funcionários das Câmaras Municipais, mas também os Srs. Vereadores. Aqui, na Casa, realizam-se, anualmente, diferentes cursos.

Então, queremos parabenizar a Presidenta e desejar a ela que continue nessa luta e, de resto, a Abrascam, qualificando a mão-de-obra tão necessária ao desenvolvimento dos nossos Legislativos, no sentido de que eles atendam com maior eficiência e qualificação a nossa população, razão maior da existência das instituições. Portanto, cumprimentamos, mais uma vez, a Dra. Nara.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h34min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães - 14h35min): Estão reabertos os trabalhos. Convidamos para fazer parte da Mesa o Secretário Municipal do Planejamento, Ver. Isaac Ainhorn.

A Mesa esclarece o Ver. Adeli Sell acerca do seu Requerimento. Estamos com o Processo aqui. O Sr. Secretário Municipal da Indústria e Comércio esteve na Casa e convidou a Câmara para participar de uma visita a Belo Horizonte. Logo após o convite, inscreveu-se o Ver. Luiz Braz para acompanhar o Sr. Secretário da SMIC. O assunto foi levado à Mesa. Posteriormente, o Ver. Adeli Sell entrou com um Requerimento solicitando estar, também, representando a Casa nessa ida a Belo Horizonte, Minas Gerais, com a delegação da Prefeitura. A matéria tramita e, logo após a visita do Sr. Secretário, o assunto foi submetido à reunião de Mesa. Entendeu a Mesa que deveria ir um representante, em face, basicamente, da situação econômico-financeira por que passa a Casa, onde nós teremos de fazer um grande contingenciamento. Ainda não tivemos oportunidade de levar o assunto ao conhecimento do conjunto dos Srs. Vereadores, mas ele está sendo tratado na Mesa e será levado às Lideranças e à Casa, no sentido de demonstrar que nós vamos ter - e nem poderia ser diferente - de nos enquadrar na Lei de Responsabilidade Fiscal.

Nesse sentido, a Mesa decidiu que iria um Vereador, e este Vereador decidiu que seria o Ver. Luiz Braz. Eu aqui informei, dirigi à Diretoria Legislativa e fiz a seguinte proposição (Lê.): “Considerando que a representação requerida pelo Ver. Adeli Sell já foi deferida ao Ver. Luiz Braz, solicito suas providências no sentido de dar ciência ao autor da impossibilidade de deferir a representação e de encaminhar o Requerimento para a apreciação do Plenário quanto aos custos da representação. Outrossim, a Mesa deliberou apenas um representante, bem como a sustação de viagens até que se regulamente o disposto no art. 218, § 4º, do Regimento.”

Há uma disposição regimental que manda regulamentar; o que não foi feito ainda, é bom que se esclareça. Então, a prática que vinha sendo adotada era de o Vereador requerer em Plenário, o processo tramitar, e dar-se a decisão. Eu quero preservar a iniciativa do Ver. Adeli Sell, que entrou em Plenário com o Requerimento.

O Ver. Adeli Sell recorreu da decisão, no seu legítimo direito, nos seguintes termos (Lê.): “Sr. Presidente, o Vereador que este subscreve solicita a V. Exª que seja encaminhada à Mesa Diretora, para reconsideração, pedido de viagem deste Vereador para Belo Horizonte, Minas Gerais, nos dias 14 e 15 de março, tendo em vista nossa experiência como Secretário Municipal de Indústria e Comércio durante 15 meses e também por ser extremamente relevante levar nossa experiência para a Capital mineira. Outrossim, o convite foi feito formalmente a toda esta Casa, e verificamos que na Pauta do dia 10-03 está o Requerimento do Ver. Luiz Braz para ser votado. Não entendemos por que o nosso Requerimento, que foi protocolado primeiro, foi indeferido. Adeli Sell, Vereador.”

Ontem, eu convidei a Mesa para uma reunião, para expor, para ouvir, e esta ratificou a decisão anterior. Esta é a situação. Mas eu gostaria de propor aqui, em face da falta de clareza no encaminhamento dessas questões, que, ao entrarmos na Ordem do Dia - não ouvi a Mesa sobre a decisão que estou adotando agora -, votássemos o Requerimento do Ver. Adeli Sell. E quero dizer que não é decisão pessoal, não é decisão de Mesa, é apenas uma visão que se colocou nesse processo. Então, vou colocar ao Plenário para que este decida, e o que o Plenário me disser, Ver. Adeli Sell, nós vamos adotar. Não há nenhum...

Eu falava há pouco com o Secretário da SMIC - num almoço na Igreja Pompéia -, ainda brincava com ele, Ver. Adeli Sell: “Secchin, arruma uma passagem, recurso para nós, para o Adeli ir junto.” E ele disse: “Não, o Adeli tem que ir.” Então, eu tomo esta decisão, pois acho que é um assunto que nós não devemos estar debatendo aqui. Vossa Excelência entrou com Requerimento - está aqui, tudo documentado -, a decisão, evidentemente, já havia sido tomada. Então vou propor esta questão para, quando entrarmos na Ordem do Dia, submeter à Diretoria Legislativa o Requerimento, e vamos, na melhor forma possível, resolver essa questão, até porque o Plenário é soberano, é a nossa maior instância de decisão.

 

O SR. ADELI SELL: Antes de tudo, eu queria agradecer a sua posição. Eu acato que seja levado ao Plenário. Acho que fiz regimentalmente tudo correto, inclusive me dirigi a V. Exª informalmente, por e-mail, depois mandei um bilhete para o seu gabinete. Entrei no dia 2, inclusive o número que eu recebi da Diretoria Legislativa é anterior ao outro, portanto cabe, parece-me, a legitimidade de colocar em votação o meu Requerimento. Acato a sua posição.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu confirmo o aparte que V. Exª fez. Bem, então, quando entramos na Ordem do Dia, eu solicitaria o Requerimento para que o Plenário, que é a instância maior, a instância recursal também, decida. Fica este recurso de Ofício do Presidente à decisão da Mesa.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Dr. Goulart está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Ervino Besson.

 

O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, um grupo de Vereadores, outras instituições e autoridades perguntaram-me o que eu quis dizer, durante o meu discurso, com “compra de serviço pelo SUS”? O que eu quisera dizer com isso? Hoje eu me proponho a explicar o que é necessário dizer a respeito de compras e serviços pelo SUS.

É notório, é certo, é reconhecido o fato de que os vários serviços de especialidades médicas da cidade de Porto Alegre estão, há muito tempo, sem conseguirem ser acessados. Não se acessam os serviços de especialidades. E por que não se acessam? Porque talvez a maioria deles esteja esgotado no seu trabalho por dois motivos: primeiro, no Grupo Conceição, os médicos recebem salário fixo há muitos anos; houve uma inversão, uma mudança da lógica, e eles passaram a receber um salário fixo, portanto eles têm um número fixo de cirurgias para fazer - e que é pouco! Segundo, esta é a lógica da Santa Casa, do Hospital de Clínicas e da PUC: lá os médicos, os especialistas, cirurgiões, operadores, recebem por serviço prestado. Mas o teto é sempre alcançado e, se por acaso fizerem uma cirurgia a mais, isso não é pago. E os médicos fazem dezenas de cirurgias a mais; e os médicos que recebem, no Hospital Conceição, para fazer um número “x” de cirurgias fazem sempre um número “y” de cirurgias a mais. Certamente isso é pouco! Isso é muito pouco para os sessenta mil casos que temos na fila de espera para as especialidades médicas.

O Hospital de Pronto Socorro geralmente dá um atendimento para o doente traumatológico, aquele que teve uma fratura, por exemplo, mas não dá continuidade ao tratamento; nem sempre a gente pode operar um paciente fraturado naquele momento em que ele chega no Hospital. Lá ele é socorrido, é atendido, mas, em cinco, seis, sete ou oito dias tem de fazer uma cirurgia traumatológica. E aí vem a perversidade. Vem de longe, vem de muito longe a perversidade! Esse fraturado, se não tiver a sua cirurgia feita em oito a dez dias, ficará com uma seqüela, poderá ficar aleijado. E ele tem de ir para a Central de Marcações, para depois acessar o especialista que vai operá-lo. Quanto tempo leva isso? Ah! É evidente e sabem os senhores muito bem - principalmente os Vereadores - que é muito mais do que oito dias! Eu até diria: tristemente mais do que oito dias, perigosamente mais do que oito dias! Leva seis meses! Um ano!

E é isso que tem de ser comprado, porque os serviços públicos e aqueles que os servem, alugando as suas salas de cirurgia, estão fechados depois de quinta-feira às 15h. Não se opera mais na sexta-feira, não se opera no sábado nem no domingo. No entanto, o Hospital Moinhos de Vento e o Hospital Mãe de Deus têm cirurgia até às 23h de sábado, porque lá os convênios estão operando. Embora os convênios paguem muito pouco e explorem bastante os prestadores de serviço da saúde, ainda há algum interesse além do tempo de cirurgia do horário comum, e passam a operar sábado e domingo. Estão cheias as salas de cirurgia desses Hospitais, e as salas do serviço público estão tristemente vazias. Se tu chegares dentro de uma sala e disseres: “Eu quero uma cirurgia!”, tu vais ouvir um eco “eu quero uma cirurgia... eu quero uma cirurgia...”, que não vem nunca! Que não virá jamais! E a lógica tem de mudar, e eu espero que a lógica esteja mudando.

Por exemplo, o Hospital Cristo Redentor recebeu do ex-Ministro Serra um aparelho de ressonância magnética - um milhão de dólares -, que realiza aquele exame que vocês sabem que deve ser feito no joelho, na cabeça, para procurar um tumor, para procurar um cotovelo deficiente. Não tem ad libitum nos postos do SUS. Mas há um aparelho, no Hospital Cristo Redentor, que atende somente aos pacientes hospitalizados, que são muito poucos frente a uma fila enorme de pessoas que precisam da ressonância magnética, que custa mais de oitocentos reais quando se consegue um abatimento, mas que, em média, custa mil e trezentos reais. Quem de nós poderá fazê-lo de maneira privada? Quem de nós? Mas, no Hospital Cristo Redentor, há um aparelho parado no sábado, na sexta-feira à tarde, na quinta-feira à tarde.

E o que eu disse? Que as autoridades de Saúde devem comprar esse serviço! É lógico, se tu fores comprar numa clínica privada de ressonância magnética, vai custar muito, muito mais caro. Mas lá nesse Hospital, aparelho público é baratíssimo para os compradores de serviço público. E é isso que eu estava dizendo: temos que comprar cirurgia ortopédica traumatológica para que as pessoas não fiquem com deficiência! Temos que comprar ressonância magnética, o exame misterioso que nenhum de nós faz, a não ser que pague! E a integralidade da ação, e a eqüidade da ação, que são princípios básicos do SUS, têm que ser respeitados porque pobre tem que fazer ressonância.

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Prezado Ver. Dr. Goulart, concordamos com a sua exposição e sabemos que os recursos são escassos. Hoje o Município gasta 64%, que vêm da União; 32%, do Município, e somente 2%, que vêm dos cofres do Estado. Temos que adequar a Constituição Estadual para que o Município se fortaleça, e, ao mesmo tempo, o senhor, como um lutador lá da Restinga, sabemos que na transição...e queremos qualificar, sim, está faltando médico na Chácara do Banco, na Vila Castelo e na Macedônia, pediatra e ginecologista, nós sabemos. Essa foi a exposição que fiz aqui, outro dia, na mesma linha que o senhor aí coloca. Obrigado.

 

O SR. DR. GOULART: É certo que o Ver. Comassetto, quando traz uma informação, sabe que está falando com quem conhece o processo da Saúde. A primeira parte da sua fala é totalmente verdadeira e inteligível; o Estado tem que repassar 12% e não está repassando para o Município! Tem que repassar, e eu não posso ficar quieto com relação a isso, porque penso que o ex-Deputado Rigotto, o nosso Governador, é um homem coerente.

Mas deixe-me falar a segunda parte: 24 médicos da Zona Sul, que é ao que se refere o meu querido Ver. Comassetto, saíram da Restinga, do Lami e de Belém Velho e foram embora para outros locais, quando estava terminando o Governo passado! Foram para lugares em que há 110% de aumento, foram colocados lá, e isso não pode acontecer! O que o Ver. Comassetto diz é verdade, mas ele tem que ver o que aconteceu no final do Governo passado, que foi essa debandada, esse êxodo de médicos acontecido de maneira perversa, abandonando o Sul de Porto Alegre, indo ganhar mais dinheiro em outros postos, indo ficar numa região mais central, porque lá é de difícil acesso, porque lá tinham cargos de chefia e não queriam! Então, informo-lhe, Vereador; que o senhor procure mais um pouquinho. Temos de ir atrás desses médicos porque eles têm que voltar para a Restinga! A Restinga não pode ficar abandonada! O Lami, jamais! E Belém também não!

 

O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Rapidamente, sou solidário sempre com V. Exª, que defende uma Saúde adequada para a Cidade, gostaria de dizer que também existem coisas positivas. No dia de ontem, ocorreu a primeira operação clínica utilizando células-tronco no Instituto de Cardiologia. Eu estive hoje de manhã lá, com o Dr. Ivo Nesrala. É um feito da medicina do Rio Grande do Sul, uma pesquisa já antiga. Então, algo de bom também se movimenta.

 

O SR. DR. GOULART: Muito obrigado.

Para encerrar, Presidente, eu quero saudar o Congresso Nacional, que se engajou numa luta científica antiinquisicional, que foi a liberação da pesquisa com células-tronco, que há de trazer, em algum tempo, não de repente, maravilhas para as pessoas que têm doenças crônicas. Que pena que o “Super-Homem” morreu antes disso e não pôde ter as células-tronco em seu caminho.

Muito obrigado pela sua tolerância, Presidente. Estarei sempre aqui, a postos, para lutar pela Saúde da minha Cidade e para informá-los de todas as coisas que estão acontecendo! Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Vereadores, Vereadoras, aproveito o Grande Expediente para uma prestação de contas de começo de temporada e, ao mesmo tempo, para dizer que a gente está preocupado, sim, com o andamento das coisas na Cidade, no Estado e no País. Mas tratamos as coisas devagar.

Quando esta Casa apreciou o Projeto do Executivo que criou a Secretaria Municipal da Juventude, eu tive a oportunidade de me manifestar sobre a necessidade de idêntico tratamento à questão do idoso. Naquela oportunidade não dispunha de algumas informações, embora já manifestasse preocupação sobre a realidade do idoso no Brasil. Hoje vou detalhar o que penso em defesa de um órgão realmente ativo para os idosos de nossa Porto Alegre.

O envelhecimento da população brasileira é um fato estatístico real, na medida em que os mais velhos “puxam para cima” os novos índices de expectativa de vida no Brasil. Hoje temos uma população de cerca de quatro milhões de jovens que possuem entre 16 e 18 anos, população essa que recebe grande atenção da classe política, empresarial e da imprensa brasileira; no entanto, dispomos hoje de 14, 5 milhões de brasileiros com idade superior a 60 anos, número 260% maior que o dos adolescentes. Essa população, que representa 1/7 da população do País, só é lembrada pela classe política no exercício do poder mais como um fardo a ser carregado em função da crise da Previdência pública do que como um resultado das mudanças estruturais e evolutivas da sociedade brasileira. Somente para citar o grupo de idosos na faixa de 60 a 69 anos, Verª Manuela: ele é composto de mais de oito milhões de pessoas. No âmbito internacional, a ONU, na segunda Assembléia Mundial sobre envelhecimento, discutiu, em Madri, a reinserção de grupos de terceira idade no mercado de trabalho e apontou diretrizes para as relações que surgirão com o crescimento da população com mais de 60 anos. Outros eventos internacionais têm-se preocupado com o bem-estar da população idosa.

No âmbito nacional, temos a elogiada, e pouco aplicada, Lei Federal nº 8.842, de 1994, e seu Decreto regulamentador nº 1.948, de 3 de julho de 1996. O primeiro princípio consagrado na Lei do Idoso diz (Lê.): “A família, a sociedade e o Estado têm o dever de assegurar ao idoso todos os direitos da cidadania, garantindo sua participação na comunidade, defendendo a sua dignidade, bem-estar e o direito à vida”. Do mesmo dispositivo legal extraímos algumas diretrizes da política nacional do idoso que merecem ser destacadas: “I - Viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso que proporcionem sua integração às demais gerações; II - Participação do idoso, através de suas organizações representativas, na formulação, implementação, avaliação das políticas, planos, programas e projetos a serem desenvolvidos; III - Priorização do atendimento ao idoso, através de suas próprias famílias, em detrimento do atendimento asilar, à exceção dos idosos que não possuam condições que garantam a sua própria sobrevivência”.

A forma de gestão da Política Nacional do Idoso, estabelecida no Capítulo III da Lei nº 8.842 (Lê.): “É competência do Ministério de Assistência e Promoção Social, com a participação dos Conselhos Nacional, Estaduais e Municipais do Idoso, a quem compete, no âmbito das respectivas instâncias político-administrativas, a formulação, coordenação, supervisão e avaliação da Política Nacional do Idoso”.

No Município de Porto Alegre, desconheço - pelo menos isso nunca passou nesta Casa - a existência de regulamentos que definam as competências dos órgãos e entidades públicas municipais nas ações voltadas para uma política municipal de apoio à pessoa idosa.

Com essas considerações, informo aos meus amigos Vereadores e Vereadoras que estou enviando um Ofício ao Exmo. Sr. Prefeito de Porto Alegre, em que solicito: primeiro, repensar a política municipal de apoio à pessoa idosa; segundo, estudar formas de estimular a iniciativa privada, prestadores de serviço asilar, para a melhoria das condições de habilidade e adaptação de moradias; terceiro, elaborar critérios que garantam o acesso da pessoa idosa à habitação popular e ao trabalho. Quantos homens e mulheres de 50 anos, 60 anos, em plenas condições físicas, estão marginalizados? Quarto, diagnosticar a situação do idoso no Município de Porto Alegre. Essas são medidas...

 

A Srª Manuela d'Ávila: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu apenas gostaria de registrar que, embora algumas vezes tentem criar falsas contradições entre as políticas públicas para a juventude e as políticas públicas para os idosos, na nossa opinião, essas são políticas que se complementam. Porque é inadmissível que nós deixemos de tratar aquelas pessoas que mais experiências têm para acrescentar para a nossa sociedade, mas devemos também tratar daqueles que são o futuro e que, provavelmente, serão também brilhantes idosos ao longo de sua vida.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Fico muito feliz com a sua intervenção, porque vem de uma pessoa que participa ativamente na vida dos jovens, com os jovens, em defesa da sociedade, unindo, sim, os dois pólos, o jovem e o idoso.

Gostaria ainda de dizer que estamos com Projetos que visam, no dia-a-dia, garantir a pessoas portadoras de necessidades especiais as mesmas participações plenas nas atividades sociais, estabelecendo a obrigatoriedade de instalação de caixas eletrônicos especialmente adaptados aos usuários de cadeiras de rodas nas agências bancárias de Porto Alegre. Isso é um sonho e é um Projeto que está tramitando.

Outro Projeto que eu também estou colocando para discussão e votação já na próxima semana é o Projeto sobre as tampas de bueiros no Município de Porto Alegre. Vocês podem pensar: “E aí?” E aí que, com relação às tampas de ferro, os marginais, os ladrões utilizam carroças para roubar, carroças que são conduzidas na cidade de Porto Alegre, carroças que estão no trânsito de Porto Alegre, lamentavelmente, ainda causando prejuízos ao tráfego, podendo inclusive causar acidentes. As pessoas utilizam essas carroças para roubar tampas de bueiros, que são de ferro, e as vendem, depois, pois são de metal. Então, estou solicitando a substituição do metal pelo concreto armado.

Com base no princípio constitucional de que o Estado tem o dever de promover a saúde de todos os cidadãos, estou também com um Projeto solicitando que se torne obrigatória a inspeção anual da saúde dos alunos dos estabelecimentos da Rede Municipal de Ensino. Muitos pais não têm condições de fazer um exame dos seus filhos; então, que o Município, no começo de cada ano, fique com essa responsabilidade.

Eu procuro ser o mais transparente possível nas minhas ações e não posso aqui dizer que participei ativamente da campanha do segundo turno das eleições. Não, não participei. Desativei a minha equipe que, em campanha, me conduziu ao segundo mandato nesta Casa. Como o meu candidato, Mendes Ribeiro, perdeu, resolvi ficar ausente da campanha do segundo turno, entendendo assim ser mais coerente politicamente falando.

É claro que a vitória do Fogaça com o apoio de vários Partidos devolveu-me a esperança de se alterar muitas coisas que não vinham sendo feitas de necessário para a Cidade. Mudou-se, então, o modelo de Governo. Eu sempre tive comigo que, na política, a peleia termina com o resultado das urnas, independente do Partido que chega ao Poder, estou sempre pronto para servir, para apoiar, desde que as decisões que venham a ser tomadas sejam em benefício direto, único e exclusivo da sociedade. E, como todos, estou esperando o início do novo Governo e preocupado seriamente com o quadro da Saúde no Município de Porto Alegre. Não é possível que nada possa ser feito para alterar este quadro lamentável da Saúde. Se o Governo anterior deixou uma herança nada boa em termos administrativos, está na hora de mostrar a que veio o novo Governo.

Manter o que está bom e melhorar o que não está. O quadro da Saúde me preocupa muito, porque a saúde é o bem maior do ser humano, sem ela, é impossível uma vida digna, e esse quadro continua inalterado. Não posso acreditar que aquilo que se promete em campanha não seja colocado em prática. A política me revolta quando eu vejo que hospitais são desativados e outros não surgem em seus lugares. Eu estou aqui para apoiar, sim, mas também para cobrar de quem está no Governo, e deste meu direito eu não abro mão. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerrado o Grande Expediente.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, cidadãos e cidadãs de Porto Alegre, eu volto a falar aqui sobre algumas de minhas preocupações, e não são preocupações individuais, são preocupações da cidade de Porto Alegre.

Senhoras e senhores, ontem, ao meio-dia, na Praça Argentina, mais um carro foi arrombado. A média é de cinco a dez carros arrombados por semana na Praça Argentina; o ladrão atravessa a Galeria Itália, entrega na esquina da Rua Gen. Vitorino com Dr. Flores para o receptador, um motoqueiro, que sai. Esse é o trajeto corriqueiro, inclusive agora, neste momento, está havendo uma reunião do 9º Batalhão, sendo que eu enviei uma pessoa do meu gabinete, com informações que eu já passei, há dias, para a nossa Brigada Militar.

Ontem, também, às 14h, na Rua Jerônimo Coelho, uma senhora caminhava, passou um ladrão e levou o seu celular. Já avisei às autoridades, Ver. João Dib, que na Rua Vigário José Inácio, ao lado do nº 799, continua funcionando, de forma ilegal, um depósito de frutas que, além do problema que causa para o Centro da Cidade, é completamente irregular, já falei isso para a SMIC, Ver. Odone, é um lugar onde se escondem os batedores de carteira da Rua Duque de Caxias. Eu recebi telefonemas e e-mails sobre problemas na Rua Vigário com a Rua Duque, na Rua Dr. Flores com Rua Duque, sempre há algum batedor de carteira.

O Secretário Cássia Carpes não só notificou como já autuou os invasores de uma casa na escadaria da Rua 24 de Maio, em que se esconde um grupo que passa o tempo inteiro assaltando e roubando na região.

Na Praça Dautro Filho, a Brigada Militar fez o que solicitei, na sexta-feira à noite; fez uma ação, e, no sábado de manhã, felizmente a Feira de Antiguidades conseguiu colocar-se novamente, o que não conseguia mais, porque as pessoas passavam de bebedeira a noite inteira, com ações delituosas a noite inteira, causando um grande pânico naquela região da Cidade.

A gente vive uma insegurança! Duas crianças foram assassinadas na Restinga em menos de dez dias. Na semana passada, sábado, na Restinga, houve cinco horas de tiroteio, foram sete pessoas feridas e um morto. Em menos de dez dias, dois policiais civis foram assinados na cidade de Porto Alegre. Nós precisamos de uma ação como começou a ser feita, de forma mais objetiva, ontem à noite neste Plenário - o Presidente Elói Guimarães estava à Mesa -, quando um grupo de pessoas, inclusive pessoas conhecidas, como o Dr. Mathias Nagelstein, entre outros, fez um apelo à população e a nós, Vereadores, de entrarmos no movimento “Chega!”. Chega, para que nós possamos continuar nossa batalha contra a insegurança, contra o crime, contra a violência.

Nós, Verª Mônica, devemos - tenho feito isso sistematicamente da maneira que posso fazer aqui desta tribuna, na imprensa, em boletins, em conversas - insistir para que se faça um TC, Termo Circunstanciado, quando acontecer qualquer coisa na rua, o brigadiano pode ser chamado, e ele faz na hora. Que façam um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia, que comecemos a cobrar ações e ações, nós precisamos ajudar a nossa Polícia, precisamos ajudar no sentido de que o Governo contrate mais policiais militares. No 20º BPM, o efetivo é de apenas 52% para dar conta de uma área das mais povoadas da Cidade; o 20º Batalhão cuida de 480 mil moradores da região.

Eu só tenho uma preocupação para a qual gostaria de chamar a atenção, já vou fazer um documento ao Governador: há muitas transferências de coordenadores e de oficiais, isso, na minha opinião, atrapalha o bom andamento quando um oficial já está fazendo o seu trabalho numa determinada região.

Eu agradeço a atenção de todos, temos que estar juntos ao chamado que fez, ontem à noite, aqui, o Movimento pela Paz. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, para mim é motivo de muita emoção vir, pela primeira vez, a esta tribuna, porque vou contar um pouquinho da minha história, como cheguei aqui.

Saí da minha terra, no interior de Três Passos, 30 quilômetros longe da cidade, os quais caminhei para pegar o ônibus das 9 horas. Não conhecia nem luz, nem geladeira - eu ouvi, esses dias, um Vereador falando que não conhecia luz, eu também não conhecia. (Palmas.) Então, cheguei aqui em Porto Alegre, logo nos primeiros dias foi bom, e aí veio a tristeza, porque passei trabalho, fui morar na rua; minha primeira moradia foi na Rua Vicente da Fontoura, naquela praça em frente ao Zaffari. E ali passei oito meses morando e lavando carro na rua.

O tempo foi passando, e eu consegui o primeiro emprego graças a um soldado brigadiano que me arrumou. Cheguei, um dia, para um cidadão e disse: “O senhor me consegue um emprego?” E ele me perguntou: “E tu vais aprender?” Eu disse: “Sim, tenho certeza de que, se o senhor me der uma oportunidade, vou fazer tudo para aprender”. Um certo dia ele me perguntou: “Você mora onde?” Eu disse: “Eu não moro... Eu moro na Rua Vicente da Fontoura, moro na Rua Corte Real...” E ele: “Mas como assim?” E eu: “Ah, eu moro na rua”. Ele ficou com piedade de mim e levou-me para morar no estabelecimento onde eu trabalhava. Lá, por fim, eu arrumei mais um emprego, então, comecei a fazer uma participação juntamente com as comunidades, as pessoas que eram mais carentes. E eu era carente também, mas continuava morando. Chegou um dia, eu arrumei mais um emprego - estava trabalhando em três.

Um certo dia, um cidadão me levou à churrascaria Sherazard - alguém deve conhecer, quem mora em Porto Alegre há muito tempo -, quando o garçom trouxe o espeto corrido, eu fui puxar o salsichão, e ele caiu em cima de uma senhora que estava atrás. Eu pedi desculpa para ela, arrastei a toalha e caiu toda a mesa. Eu fiquei tão envergonhado que não tive mais condições de jantar.

Mais adiante, eu comecei a vender, como ambulante, na Redenção, cerveja, refrigerantes, pastéis. Eu estava com quatro empregos. Aí, adquiri uma moto. Essa moto serviu para eu correr para todos os lados, vendia aqui, trabalhava ali; chegou uma hora em que comprei um fusca. Vou contar toda a minha história para vocês saberem como eu cheguei aqui. Comprei esse fusca, e pintou uma oportunidade de eu botar uma borracharia, e o cidadão chegou para mim e disse: “Eu aceito o teu fusca”. Eu pensei: ”Nunca mais vou comprar um carro, porque eu não tenho condições”. Mas fiquei dois anos, dia e noite, trabalhando, tirei a porta da loja, onde eu estou hoje ainda, e, graças a Deus, deu certo. Deus olhou para baixo e me abençoou, e eu continuei trabalhando, hoje tenho as minhas empresas.

Quero contar, também, como eu cheguei aqui. Comecei a participar, entregando presentes no Natal, na Páscoa, no Dia da Criança, no Dia das Mães. Um dia, procurei o nosso querido Senador Zambiasi, que deu muita oportunidade para mim e para outras pessoas. Eu devo muito ao Senador Zambiasi e ao grande Presidente Cláudio Manfrói, porque acreditaram em mim. Ele permitiu que eu fosse concorrer pela primeira vez. Não deu. Fomos para a segunda. Não deu. Fomos para a terceira. Não deu. Fomos para a quarta. Não deu. Fomos para a quinta, e cheguei aqui. (Palmas.) Agora faço parte deste Legislativo juntamente com o Ver. Maurício, pelo qual eu tenho uma admiração profunda.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ver. Brasinha, V. Exª está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Esse jovem tem dividido a mesa comigo, e fico feliz por estarmos juntos; também o nosso Líder, que é o grande Ver. Elias Vidal, e o nosso querido Presidente Elói Guimarães.

Hoje, por surpresa, eu estava sintonizado na Rádio Farroupilha. O Gugu começou a dizer: “Olhem a história que aconteceu.” Aí, falou o Abel, o Abel está aí, o Caim não está. O Abel saiu dia 17 de fevereiro, às 2 horas da madrugada, de Criciumal para Porto Alegre. Olhem só: ele, gremista, está ali vestido de gremista. Vejam o desespero das pessoas do Interior que querem arrumar um emprego e não têm. Saiu de lá, veio caminhando 560 km, e o sonho dele é trabalhar no Grêmio, Presidente Paulo Odone. O senhor olhe para esse rapaz, porque o sonho dele será realizado. Não tem profissão, mas é gremista de coração. Peço desculpas aos companheiros que são colorados, mas eu tenho uma grande emoção, um grande amor pelo Grêmio e, podendo defender aqui nesta tribuna, vou defender o meu querido Grêmio, porque tenho uma paixão e um amor pelo campeão do mundo e campeão da América, Presidente.

Quero dizer que também vou trabalhar muito por esse lado carente das pessoas. Uma pessoa que anda 560 km... Olhem, vejam bem o que é a coragem do rapaz, andar a pé, dia e noite; está aí o rapaz, feliz, ele acredita num sonho, ele jamais imaginava que ia chegar aqui e encontrar um outro gremista que gosta tanto do Grêmio.

 

O Sr. Paulo Odone: Vossa Excelência permite um aparte?

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Com a autorização do Plenário, vou permitir a V.Exª fazer um aparte, excepcionalmente.

 

O Sr. Paulo Odone: Eu agradeço a compreensão de V. Exas, porque o lobby é do Plenário. Eu recebi o lobby do Plenário dizendo que vou ter que atender a um pedido desses. Então, ouvindo a biografia do Brasinha, que é a biografia de tantos outros brasileiros, alguns deles sofridos que tentaram e não conseguiram chegar ao sucesso que ele chega hoje. Disse-me o Ver. Carrion: “Presidente, esse V. Exª vai ter que contratar, porque é o legítimo ‘até a pé nós iremos’, o homem veio a pé por 560 km.” Brasinha, vai ser difícil não ouvir o apelo desta tribuna. O meu receio é que ele jogue uma bolinha, e ele pode entrar no time também. Vou receber esse pedido com carinho. Parabéns pela tua vida e pelo teu esforço.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado, Presidente do Grêmio, fico muito feliz com o senhor, por termos esse homem, tão gremista; Dr. Paulo Odone, o senhor tem a estrela virada para o céu. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós queremos cumprimentar o Ver. Alceu Brasinha. É a primeira manifestação que ele faz da tribuna, num testemunho autêntico da sua vida, que emocionou a todos.

O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidente, Elói Guimarães; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, público que nos acompanha pelo Canal 16, sei que cada Vereador tem a sua história bonita para contar, e esta, do Brasinha, realmente emocionou todos nós. Parabéns, Vereador, pela sua luta, pela sua persistência!

Eu queria falar, hoje, sobre Saúde novamente. Nós entendemos - o Governo anterior - que muito fizemos pela cidade de Porto Alegre. Não é por acaso que, dos 12 serviços implementados em 1996, nós chegamos a 144 serviços em Porto Alegre, incluindo os 22 hospitais conveniados pelo SUS. Nós sabemos que esses hospitais são referência de atendimento médico em Porto Alegre, e é por isso que mais de 40% dos pacientes são oriundos do interior do Estado.

Nos causou surpresa, quando mudou o Governo, alguns serviços serem extintos, como, por exemplo, o Serviço de Saúde do Trabalhador, e agora a grande modificação daquilo que foi pauta de campanha, a questão do Ato Médico. Nós sabemos que, de um lado, havia um candidato que era a favor do Ato Médico e, de outro, um que era contra o Ato Médico. Esse Projeto, que está tramitando em nível nacional, não pode ser votado da forma como está, porque, além de tirar a autonomia da maioria das profissões, do enfermeiro, do técnico de enfermagem, enfim, de toda a área técnica, ele transmite a autonomia somente para o médico. Aqui em Porto Alegre, infelizmente, em algumas gerências distritais, já está acontecendo a retirada de poder desses profissionais, desvinculando deles, passando para o plantonista, para o médico.

Nós entendemos que, para resolver os problemas da área da Saúde, não basta atingir o trabalhador, tem de principalmente criar mecanismos de ampliação dos serviços - e isso se faz com criatividade. O nobre Ver. Dr. Goulart, que atua na área da Saúde também há muito tempo, disse aqui, há pouco, que é necessário comprar serviços - e é necessário, sim, comprar serviços. Hoje a maior parte dos hospitais conveniados atendem a uma determinada quantia de consultas e procedimentos, e a cota-consulta determinada pelo Governo local diz exatamente quantas consultas em cirurgias/mês - isso é, emissão de AIHs - são feitas mensalmente.

O Governo Municipal atual não só não ampliou nenhuma consulta e nenhum procedimento como não sinalizou com nenhuma solução para esses casos, e é por isso que as emergências estão completamente cheias, superlotadas, e não há nenhum mecanismo de agilização dos serviços, até porque o prestador de serviço, quando percebe que não há nenhuma sinalização em aumentar a sua Receita, ele fica esperando o gestor. Quem é o gestor? O Município de Porto Alegre. Nós precisamos, sim, Ver. Dr. Goulart, convencer o Município, convencer o Poder local para que os recursos destinados em nível federal, desde que foi municipalizada a Saúde, sejam ampliados e implementados na área da Saúde e sinalizar quando não há condição de inaugurar um posto de saúde, ampliar os serviços ou admitir os servidores que estão aguardando, porque fizeram concurso; que se amplie, então, a possibilidade da cota-consulta para os prestadores de serviço. Aí, sim, vamos aumentar a possibilidade de uma tomografia, de uma consulta de especialidade, mas, enquanto não houver essa sinalização, tenho certeza de que o Secretário não terá condições de dizer que vai abrir mais um posto 24 horas, que vai ampliar as consultas.

O que foi falado na campanha não está sendo implementado, assim como fez o Governador Rigotto, que disse que ia implementar um posto de saúde a cada quilômetro e não sinalizou nenhum até hoje. O Governo Fogaça disse: “Vamos fazer uma infinidade de postos de saúde 24 horas”, e até agora não há nenhuma sinalização. Nobre Ver. João Antonio Dib, ele disse que ia copiar o programa de Governo do seu Partido, em relação à segurança, tendo um segurança em cada esquina, e não estamos mais ouvindo isso. Nós queremos uma solução para a cidade de Porto Alegre, nós temos obrigação de sermos os fiscalizadores desse serviço. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o ilustre Ver. Oliboni acaba agora de omitir no seu pronunciamento as grandes falhas no atendimento à população de Porto Alegre na área da Saúde. No setor primário, que é o setor em que se faz prevenção, nós temos bolsões de população, Ver. Carlos Comassetto, são oito, dez mil pessoas que nunca na sua vida tiveram direito a um posto de saúde nesses dezesseis anos.

Qual a opinião do Ver. Oliboni sobre esse assunto? Quero que ele diga que foram feitas muitas coisas. Não, a maioria das coisas não foram feitas. Há sessenta mil consultas represadas nas especialidades, pois o Postão, que tinha as especialidades e que foi recebido pela municipalização, de 1.200 médicos, atualmente está em 90; isto é, ele foi desativado, ele parou por um erro gerencial, administrativo, grosseiro da Administração anterior. E, agora, em sessenta dias, eles querem que se resolva o que não se fez em dezesseis anos.

O Ver. Oliboni sabe muito bem que este Vereador e o Ver. Dr. Goulart trabalham nas UTIs, nas recuperações, nas emergências de Porto Alegre; nós trabalhamos na ponta do sistema, no local onde aparecem as pontas do iceberg, isto é, onde aparece a conseqüência de todo um sistema grosseiramente errado, gerencialmente desastroso. E isso foi dito nestas três últimas Legislaturas, diariamente nós dissemos, apontamos que esse é o erro crasso e clamoroso.

E, quanto à reclamação de que os pacientes vêm do Interior para Porto Alegre, Porto Alegre é aquinhoada com mais 40% do seu faturamento no Sistema Único para atender o Interior. Ora, se Porto Alegre quer ter excelência de serviços prestados, é também esta Cidade que chama e atrai, por essa excelência, os pacientes do Interior. E isso nós não podemos reclamar; o que se reclama é uma nova proposta, é aquilo que foi uma proposta de campanha, uma renovação, uma mudança nessa visão destorcida, desumana, cruel e, mais do que isso, de indiferença do sistema às sessenta mil consultas represadas; da indiferença do sistema ao verdadeiro “navio negreiro” que são as nossas emergências, onde as pessoas morrem sentadas porque não têm um leito para morrer.

Eu desafio qualquer Vereador do Partido dos Trabalhadores a vir a esta tribuna e dizer que é isso é mentira do Ver. Sebenelo.

Essa é a mais triste, a mais vergonhosa, a mais constrangedora de todas as verdades sobre essa parte social que foi talvez o waterloo do Partido dos Trabalhadores. É aí que se perdeu a eleição.

Claro que este Vereador, quando pediu a CPI da Saúde, imediatamente foi obstruído nesta Casa; na Justiça, levaram mais dez meses de demora para dizer que poderia haver a CPI. Por que será que eles não queriam a CPI? Quem não queria a CPI? Agora não precisa mais CPI! Agora estão aparecendo os problemas, eles vão aparecer gradativamente, e não precisa investigar, Ver. Dr. Goulart, não precisa investigação, não precisa de visita. Com uma mera visão inicial de qualquer abordagem que se faça em Saúde, vê-se exatamente aquilo que foi o motivo do pedido de CPI; inclusive, uma Cidade onde 70% das pessoas que chegam às emergências de Porto Alegre e que têm necessidade de amputação do membro inferior têm a sua primeira consulta, Ver. Vendruscolo, na véspera da cirurgia.

Isso é alguma coisa assim de pungente, de doloroso, de insuportável como fenômeno social, que nos desafia e que, muitas vezes, desmoraliza uma Administração imensa, porque esse Governo não pode ter e repetir a arrogância do processo de destruição do Ato Médico. Havia Vereadores aqui do Partido dos Trabalhadores com os seguintes dizeres na lapela: “Somos contra o Ato Médico”, como se o Ato Médico fosse um crime, como se o Ato Médico não fosse um ato de amor, de solidariedade, compreensão e, principalmente, de iniciativa do médico: a salvação dos pacientes. Isto se chama Ato Médico. Ser contra isso? Pelo amor de Deus, Ver. Aldacir Oliboni!

O Partido de V. Exª me deixa profundamente decepcionado. O Ato Médico tem de ser avalizado por um processo legal, por um processo nacional de entendimento, não se pode levar o paciente com dor, com febre num outro profissional que não seja o médico, exceto se tiver no interior do Amazonas. Mas, graças a Deus, estamos na cidade de Porto Alegre, urbana e, principalmente, com um povo maravilhoso que não merece o sistema a ele legado, da forma mais injusta, da forma politicamente mais errada e com o pior de todos os sentimentos de uma Administração para com uma população: a indiferença! (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores e demais pessoas que nos assistem; Ver. Brasinha, há grandes oradores, e há aqueles que falam pelo coração, falam com a alma, falam pela sua história. Os nossos cumprimentos, Brasinha, pela sua história bela, linda, história de um brasileiro!

Sr. Presidente, ocupo a tribuna hoje para falar em defesa do Movimento Tradicionalista Gaúcho aqui do Rio Grande. Esse Movimento, Sr. Presidente, que durante a Semana Farroupilha, mais precisamente do dia 1º de setembro ao dia 20 de setembro, faz aqui ao lado o seu acampamento. E tenho certeza de que muitos ainda não se deram conta do trabalho e do sacrifício que esses verdadeiros representantes do nosso tradicionalismo passam.

A partir do 1º de setembro, caros Vereadores, eles têm o terreno liberado para começarem a construir o seu galpão. Isso demora de sete a dez dias. Aí, eles vão aproveitar, durante dez dias, para fazer o seu acampamento, a sua convivência, a sua confraternização, a celebração da nossa história, enfim, todo aquele ato bonito. Logo, no dia 20, vem o desfile e, no dia 21, o acampamento tem de estar limpo. No dia 21, senhoras e senhores, eles não têm mais luz, não têm mais água e não têm mais segurança. Essa gente sequer recebe uma ajuda financeira para fazer o seu desfile, que não é o seu desfile, mas o desfile dos gaúchos. Aqueles que representam a nossa tradição gaúcha, como bem disse, outro dia aqui, o Ver. Raul Carrion...

 

O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino Vendruscolo, em primeiro lugar, saúdo-o. O Projeto que cria uma Sessão Solene referente à Revolução Farroupilha será permanente a partir da aprovação nesta Casa, na primeira oportunidade que anteceda o dia 20; exatamente este ano, que corresponde a 170 anos do início e 160 anos do final da Revolução.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Nós, inclusive, Vereador, já entramos com um Requerimento para que, no dia 19, esta Casa aprove o Requerimento. Quem sabe - seguindo no caminho do seu Projeto - possamos homenagear os nossos tradicionalistas, fazendo a Sessão do dia 19 de setembro ali no Acampamento Farroupilha. Nós entramos com esse Requerimento, ontem, inclusive, para ilustrar também essa sua decisão de manter nesta Casa um dia em homenagem à Semana Farroupilha.

 

O Sr. Raul Carrion: Perfeito. Se esse Projeto que cria a Sessão Solene da Semana Farroupilha for aprovado, nada impedirá que essa homenagem se realize no mesmo momento; e nós podemos aprovar, aqui na Casa, que a Sessão Solene se realize aqui ao lado. Creio que não há contradição, e, doravante, teremos sempre essa homenagem.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado, colega.

Presidente, quero lembrar que são aproximadamente cinco mil cavalarianos que desfilam nesse dia e que é quase impossível nós, no dia 21, fazermos o desmonte desses galpões e de toda essa estrutura dos acampamentos, de um modo geral, porque assim é determinado. O Movimento tem pleiteado que se estenda esse prazo para o dia 30 de setembro.

Com relação a uma outra reivindicação do Movimento, eu, particularmente, sou contra o fechamento de praças, mas, nesse caso, parece-me que deve ser observado, talvez, quem sabe, o fechamento somente durante a Semana Farroupilha, para que se tenha uma melhor organização. Aproveitei este espaço hoje, Sr. Presidente, como sabedor que sou do envolvimento de V. Exª com o Movimento Tradicionalista, esperando o seu apoio nesse sentido. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Dr. Goulart.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16, TVCâmara, eu queria saudar a todos. Primeiramente, Ver. Brasinha, eu quero, em meu nome e, fraternalmente, em nome da Bancada do PDT, saudar e parabenizar Vossa Excelência. Eu quero-lhe dizer que a minha história não é muito diferente da sua história. Algumas pessoas lhe deram luz para que V. Exª iniciasse uma nova caminhada, uma nova vida, e V. Exª teve uma vitória. E, nessa sua trajetória, o Vereador mostrou uma caminhada de luz e fraternidade para muitas pessoas, como também eu fiz. Está aqui o reconhecimento do povo, que lhe deu a honra de ocupar uma cadeira, como eu, na Câmara Municipal da Capital do Estado do Rio Grande do Sul.

Vossa Excelência como gremista presta um relevante trabalho para o nosso Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, sei disso. Eu, como colorado, também presto, acho que modestamente, como V. Exª, um trabalho para o meu querido Internacional. Está aqui o Presidente do Grêmio, que já está mostrando um brilhante trabalho, e, tenho certeza, com a grandeza do Grêmio - a grandeza dos dois maiores clubes do Rio Grande -, de que o Rio Grande ganha com isso. Parabéns pelo seu trabalho.

No último dia 3 de março, eu estive reunido com a Coordenação-Geral dos Conselhos Tutelares da nossa Porto Alegre. Fizeram-se presentes nessa reunião as Microrregiões 1, 3, 4 e 7. Um dos assuntos em pauta foi um Projeto deste Vereador que talvez não tenha sido muito bem entendido por alguns Srs. Vereadores e Sras Vereadoras. Passou pela CCJ, cujo Relator era o Ver. Luiz Braz, mas o Parecer dele foi rechaçado pela maioria dos Vereadores dessa Comissão. Também na outra Comissão, cujo Relator foi o Ver. João Carlos Nedel, que deu Parecer favorável ao Projeto deste Vereador, foi rechaçado pelo restante dos Vereadores que participavam da Comissão. Vamos reabrir a discussão desse Projeto, que é sobre o passe livre aos nossos estudantes carentes, aqueles que não têm dinheiro para freqüentar as salas de aula. O assunto da pauta dessa reunião do dia 3, com a Coordenação-Geral dos Conselho Tutelares, foi a respeito desse Projeto.

Na próxima segunda-feira, às 10h30min - já aproveito e convido todos os Vereadores e Vereadoras que queiram participar -, faremos uma reunião na sala da Liderança do PDT, o Secretário Busatto se fará presente para retomarmos essa discussão, juntamente com os Vereadores desta Casa, a respeito do Projeto. É um Projeto extremamente importante para retirarmos o passe livre, que existe uma vez por mês. Entendo que prestou relevante trabalho, sem dúvida nenhuma, para a nossa Cidade, mas vamos rediscutir esse Projeto, para que esse recurso seja canalizado para a nossa educação. Não é onerar mais o passageiro do transporte coletivo, é simplesmente transferência de recursos. É essa discussão que eu quero abrir junto aos colegas Vereadores desta Casa.

Eu entendo esse Projeto como de relevante alcance social. Jovens devem permanecer nas salas de aula; agora, não é admissível que jovens não compareçam nas salas de aula, não freqüentem as escolas por não terem dinheiro para passagem. Está aqui uma proposta para que esses recursos, sim, sejam canalizados para esses jovens que não têm dinheiro para freqüentar as salas de aula. Inclusive, vale para alunos que estudam no 2º grau, pois alguns colégios dispõem de alguma ajuda para alunos de 1º grau - alguns. Então, vamos conveniar isso junto com o Estado, vamos canalizar esses recursos para a nossa educação, retirar esses jovens da rua, para que freqüentem as salas de aula.

Pergunto a V. Exas o que é melhor: o aluno freqüentar as salas de aula ou permanecer perambulando pelas ruas, drogando-se, prostituindo-se e caindo na FASE? Sabem quanto custa um jovem na FASE? Quase cinco mil reais; e o dinheiro é de vocês, é o dinheiro dos nossos contribuintes, meus colegas Vereadores.

Encerrando, então, fica aqui, mais uma vez, o convite: segunda-feira, às 10h30min, na sala da Liderança do PDT, para os Vereadores e as Vereadoras que tiverem interesse em rediscutir esse Projeto, está feito o convite. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, parece que hoje nós vivemos uma tarde de reminiscências da infância. Eu não vou contar a minha infância para não deixar todo o mundo preocupado, porque realmente passei muito trabalho. Só uma coisa vou contar: nasci em Vacaria, e, no dia em que nasci, nevava. Aí o telhado da casa, que também não era muito bom, de repente deixava passar uns flocos de neve. Nasci, olharam para mim, colocaram-me num canto e deixaram-me ali. No terceiro dia, deram-me um charuto, e eu fumei. Aí minha mãe disse: “Pode ir para Porto Alegre que tu já és homem mesmo.” Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores - a Verª Manuela ficou preocupada -, eu poderia contar muitas misérias de infância, menos a fome, a qual eu não conheci, mas o resto eu conheço.

Eu pergunto se todos os Vereadores receberam o Orçamento de 2005 - eu o vi na minha mesa hoje. Eu analisei aqui o primeiro mês de arrecadação, em que o Balanço foi trazido ao conhecimento de todos os Srs. Vereadores no dia 25 de fevereiro, e poderia ter vindo no dia 28. Aí eu já fiquei contente, pois o Orçamento passa-se a apresentar muito melhor.

Por exemplo: em janeiro de 2004, a Prefeitura só arrecadou 29 milhões de reais de IPTU, a atual Administração arrecadou 50 milhões de reais; no primeiro mês deste ano, a arrecadação na Administração Centralizada foi de 161 milhões de reais, no ano passado foi de 173 milhões de reais. Mas eu posso até esclarecer as razões da diferença: o Imposto de Renda na fonte não foi colocado aqui, e, é claro, está escrito que é um balancete breve, que poderá ser modificado. Do Imposto de Renda na fonte, aparecem aqui apenas 22 mil reais, e é um valor em torno de 7 milhões de reais.

Eu acompanhei sempre a execução orçamentária, exigi, reiteradas vezes, que me fosse fornecida a disponibilidade bancária da Prefeitura; algumas vezes consegui, até setembro do ano passado consegui. Nunca entendi como, em setembro do ano passado, a Prefeitura, tendo mais de 100 milhões na rede bancária, pôde chegar nas péssimas condições em que chegou. Esse Orçamento leva a assinatura do Prefeito João Verle. Então, ele mostra aqui a arrecadação: em 2001, foi 1 bilhão e 440 milhões; em 2002, foi 1 bilhão e 686 milhões; em 2003, foi 1 bilhão e 799 milhões de reais. A previsão orçamentária de arrecadação do ano passado era de 2 bilhões e 174 milhões, e eu contabilizei aqui, com os dados que sempre foram assinados pelo Prefeito João Verle e pelo Dr. Secretário da Fazenda, 1 bilhão e 470 milhões de reais - setecentos milhões precisam ser explicados.

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Prezado Ver. João Dib, seus números demonstram que nos últimos anos houve uma evolução na qualidade da Receita do Município, fruto de uma política desenvolvida pela Administração Popular nos últimos anos. Em 2001, era de 1 bilhão e pouco e, hoje, chega a 2 bilhões de reais. Muito obrigado.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu só fico muito triste, porque, do ano de 2004, eu não consegui saber para onde foram os 700 milhões de reais que deveriam estar na Proposta Orçamentária. É claro que, como eu sou da Comissão de Finanças, vou convidar o Secretário - aqui eu quero cumprimentá-lo pela sua competência -, para que nos explique, que explique especialmente em relação ao dinheiro do SUS, que é outra coisa que eu tenho atravessada: eu não consegui saber de ninguém, nos dezesseis anos, que me dissesse como era usado, aonde era usado e por que era usado o dinheiro do SUS, que vinha em grande quantidade para Porto Alegre. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós queremos registrar a presença do Ver. Marcelo Demoliner, do Município de Erechim. Sinta-se V. Exª como se na sua Casa Legislativa estivesse. Registramos ainda a presença do Coronel Irani Siqueira, do Comando Militar do Sul.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR (Art. 151 do Regimento)

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1.ª SESSÃO

 

PROC. 1576/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 081/01, de autoria do Ver. Adeli Sell, que institui a Feira do Livro, do Disco e do Vídeo na Esplanada da Restinga e dá outras providências.

 

PROC. N.º 0094/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 014/04, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que concede o Prêmio Mérito Sindical ao Líder Sindical João Alves Brites Jr.

 

PROC. N.º 0855/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 036/04, de autoria da Ver.ª Maria Celeste, que proíbe a cobrança de consumação mínima ou consumação obrigatória em bares, boates, danceterias, casas de show e similares no Município de Porto Alegre.

 

PROC. N.º 4120/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 183/04, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que institui O Dia da Grécia a ser comemorado, anualmente, no dia 25 de março, em homenagem à civilização helênica, e estabelece que o Legislativo promoverá atividades alusivas à data conjuntamente com o Executivo do Município, a representação diplomática da Grécia, a Sociedade Helênica  de Porto Alegre e a comunidade grega local.(desarquivado pelo Ver. Mario Fraga)

 

PROC. N.º 0126/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 012/05, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que institui a Semana das Águas no calendário turístico e autoriza a concessão para exploração dos serviços de marina pública no Município de Porto Alegre.

 

PROC. N.º 0127/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 013/05, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que obriga o Executivo Municipal a disponibilizar a legislação municipal na Internet.

 

PROC. N.º 0128/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 014/05, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que determina que a Lei Orçamentária do Município seja de execução obrigatória, contendo todos os projetos de maneira detalhada, com suas justificativas, bem como as dotações programadas para aplicação durante o exercício.

 

PROC. N.º 1101/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 065/05, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que concede o prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” ao Cantor e Compositor Gélson Oliveira.

 

PROC. N.º 1120/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 048/05, de autoria da Ver.ª Neuza Canabarro, que estabelece critérios para a entrega domiciliar de medicamentos às pessoas com dificuldade de locomoção.

 

PROC. N.º 1140/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 066/05, de autoria da Ver.ª Maristela Maffei, que concede o prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” ao Músico e Compositor João 7 Cordas.

 

PROC. N.º 1157/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 049/05, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Soldado Abílio um logradouro não-cadastrado, localizado na região conhecida como Chácara dos Bombeiros.

 

PROC. N.º 1270/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 056/05, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Donario Neves da Silveira um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Mário Quintana.

 

PROC. N.º 1271/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 057/05, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Verdes Campos um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Mário Quintana.

 

PROC. N.º 1283/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 069/05, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que denomina Paulo Freire o espaço destinado ao Telecentro da Câmara Municipal de Porto Alegre.

 

PROC. N.º 1346/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 061/05, de autoria da Ver.ª Neuza Canabarro, que denomina Rua Alberto André um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Camaquã.

 

2.ª SESSÃO

 

PROC. 3115/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 172/99, de autoria do Ver. Adeli Sell, que dispõe sobre controle da quantidade de açúcar na merenda escolar. Com Emendas n.ºs 01 a 03.

 

PROC. 1357/00 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 008/00, de autoria do Ver. Luiz Braz, que acrescenta os parágrafos  9º e 10 ao art. 5º da Lei Complementar nº 242/91, com alterações da Lei Complementar nº 251/91, que disciplina a concessão do Direito Real de Uso aos ocupantes de área de propriedade do Poder Público Municipal. Com Emenda n.º 01 ao Projeto. Com Substitutivo n.º 01.

 

PROC. 2499/00 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 180/00, de autoria do Ver. Professor Garcia, que institui o Programa de Combate à Desnutrição da Criança Pré-Escolar e dá outras providências. Com Emenda n.º 01.

 

PROC. 3140/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 217/01, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que isenta os médicos que prestam serviços no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre do pagamento de estacionamento através dos parquímetros instalados nas imediações do HPS. Com Emendas n.ºs 01 e 02.

 

PROC. Nº 4006/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 268/01, de autoria do  Ver. Professor Garcia, que institui brinquedotecas nas escolas municipais e dá outras providências. Com Emenda n.º 01.

 

PROC. 1319/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 069/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que autoriza o funcionamento de creches no horário noturno e dá outras providências.

 

PROC. 3185/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 200/02, de autoria do Ver. Professor Garcia, que destina o corredor de ônibus da III Perimetral para a prática de lazer e recreação da população aos domingos e feriados. Com Emendas n.ºs 01 e 02.

 

PROC. N.º 5201/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 380/03, de autoria do Ver. Professor Garcia, que denomina Rua Felicio Salvador Celia um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Cascata. Com Substitutivo n.º 01.

 

PROC. N.º 5257/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 217/04, de autoria do Ver. Professor Garcia, que denomina Rua Jorge Alberto Campezatto um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Rubem Berta.

 

PROC. N.º 5516/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 118/04, de autoria dos Vereadores Professor Garcia, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib e João Carlos Nedel, que denomina Domingos Spolidoro a Sala da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul (CEFOR) da Câmara Municipal de Porto Alegre.

 

PROC. N.º 0122/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 008/05, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que determina que o Município disponibilize diariamente, na Internet, todos os roteiros de varrição e capina dos logradouros da cidade.

 

PROC. N.º 0123/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 009/05, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que veda ao Executivo Municipal realizar antecipação de receita nos últimos seis meses da administração.

 

PROC. N.º 0878/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 039/05, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que cria o Parque Temático Tradicionalista, que será denominado Cidade Gaúcha, equipamento público de caráter turístico, cultural e de lazer, com o fim de divulgar a cultura e as tradições do povo gaúcho e dá outras providências. Com Emenda n.º 01.

 

3.ª SESSÃO

 

PROC. 1729/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 105/02, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que autoriza a instalação e o funcionamento de Grupos Escoteiros nas modalidades Básica, Ar e Mar, nas escolas mantidas pelo Município de Porto Alegre. Com Substitutivo nº 01 e Emenda n.º 01 ao Substitutivo.

 

PROC. 3743/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 208/03, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que dispõe sobre a colocação de avisos e sinalizações adequados aos portadores de necessidades auditivas no interior dos veículos do transporte coletivo de Porto Alegre, nas estações da TRENSURB, nos terminais de ônibus e lotações e nos pontos de táxi. Com Emenda n.º 01.

 

PROC. 4339/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 322/03, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que dispõe sobre a garantia de vagas em creches e estabelecimentos escolares e pré-escolares municipais e conveniados para as crianças menores de doze anos, filhos de pais que se encontram em situação de cárcere. Com Emenda n.º 01.

 

PROC. 5907/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 429/03, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que torna obrigatória a inspeção anual do estado geral de saúde dos alunos da rede municipal de ensino.

 

PROC. 6411/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 459/03, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que cria o Programa Ajuda de Custo, destinado aos professores lotados na rede municipal de ensino e dá outras providências.

 

PROC. N.º 3295/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 140/04, de autoria do Ver. Luiz Braz, que dispõe sobre a comercialização de jornais e revistas em farmácias e drogarias no Município de Porto Alegre. Com Emenda n.º 01.

 

PROC. N.º 3840/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 163/04, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que institui o Projeto de Habitação Popular (PHP), cuja finalidade é a devolução ou crédito do ITBI, IPTU, ISSQN e de taxas relativas à aprovação de projetos, alvarás, licenciamentos e cartas de habite-se às empresas construtoras habilitadas que executarem projetos destinados à construção de habitações populares no Município e dá outras providências. Com Emenda n.º 01. (desarquivado pela Ver.ª Maristela Meneghetti)

 

PROC. N.º 3931/04 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO  N.º 013/04, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que altera a redação do inciso II do § 15 do art. 5.º da Lei Complementar n.º 07, de 07 de dezembro de 1973, e alterações posteriores, que institui e disciplina os tributos de competência do Município de Porto Alegre, modificando para três anos o prazo do benefício de alíquota predial. (desarquivado pela Ver.ª Maristela Meneghetti)

 

PROC. N.º 4020/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 175/04, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que dispõe sobre as tampas de bueiros no Município de Porto Alegre.

 

PROC. N.º 4201/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 186/04, de autoria do Ver. Adeli Sell, que disciplina a atividade de profissionais do sexo no Município de Porto Alegre.

 

PROC. N.º 4206/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 188/04, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que autoriza o Executivo Municipal a implantar um velódromo no Porto Seco. Com Emenda n.º 01.

 

PROC. N.º 0814/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 037/05, de autoria da Ver.ª Neuza Canabarro, que cria a área escolar de segurança junto às escolas da rede pública estadual e municipal; institui os Conselhos de Segurança Escolar nas escolas municipais e dá outras providências.

 

PROC. N.º 1054/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 045/05, de autoria do Ver. Adeli Sell, que dispõe sobre a comercialização, o armazenamento e o transporte de água mineral natural e água natural no Município de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. N.º 1064/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 062/05, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que concede o título honorífico de Líder Comunitária à Senhora Geni Pinto Machado.

 

4ª SESSÃO

 

PROC. N.º 1076/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 063/05, de autoria da Ver.ª Neuza Canabarro, que acrescenta art. 228-A e altera a redação do § 3º do art. 228 da Resolução n. 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores, acrescentando ao Colégio de Líderes um Líder e um Vice-Líder do Governo, indicados pelo Executivo Municipal.

 

5.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 0320/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 053/05, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que altera a Resolução n. 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores, (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre), dando nova redação ao § 1º e acrescentando §§ 3º, 4º, 5º e 6º ao art. 7º, estabelecendo que a segunda sessão plenária de cada mês seja realizada nas sedes de associações comunitárias, clubes ou salões paroquiais, cujo agendamento será definido pela Mesa.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Prezado Presidente da Casa, Ver. Elói Guimarães; prezados colegas, prezadas colegas Vereadoras, prezado público que nos assiste, na Ordem do Dia e na Pauta vem um conjunto de Projetos que considero de grande importância para a cidade de Porto Alegre, em particular o primeiro Projeto apresentado hoje, o PLL nº 081/01, de autoria do meu companheiro e colega Adeli Sell, que institui a Feira do Livro, do Disco e do Vídeo na Esplanada da Restinga e dá outras providências. Essa iniciativa do Ver. Adeli traz a importância de nós olharmos a Cidade no seu todo.

No debate que estamos iniciando na Comissão do Plano Diretor, para discutir o seu planejamento, o modelo de desenvolvimento e todas as estratégias que já estão construídas, devemos afirmar sempre que, no nosso modelo de desenvolvimento, devemos pensar o Centro, devemos pensar os bairros, devemos pensar as regiões como de uma cidade multipolar, isto é, com vários pólos que se integram e se desenvolvem. Com relação a uma comunidade como a Restinga, nós temos de não só motivar, como trabalhar na nossa Legislação para que muitas atividades sejam desenvolvidas nos bairros, para que não seja preciso haver um grande deslocamento para o trabalho, para a cultura, para o lazer. Então, o nosso apoio e a nossa solidariedade ao companheiro Adeli, por trazer esse debate. Nós queremos não só auxiliar aqui na sua aprovação, mas, também, auxiliar na mobilização dos diversos setores para a sua implantação.

Também trago aqui a discussão de um outro tema de suma importância: o PLL nº 012/05, que institui a Semana das Águas no calendário turístico e autoriza a concessão para exploração dos serviços de marina pública no Município de Porto Alegre. Creio que esse tema das águas seja de extrema importância.

No dia 18 de fevereiro, entrou em evidência o Protocolo de Kyoto. O Protocolo de Kyoto trata da qualificação ambiental em nível mundial. E Porto Alegre é banhada pelo Guaíba; Porto Alegre tem um conjunto de microbacias hidrográficas, tem um conjunto de mananciais e nascentes que são e estão preservadas. Nós deveremos aprofundar esse tema das águas, que hoje é o tema de maior disputa internacional. E aqui, ontem, expressávamos solidariedade aos povos árabes, palestinos, em relação à disputa que já acontece há muito tempo entre israelenses e árabes - nas Colinas de Golan -, que não acontece pelas pedras das Colinas, mas pelas nascentes de água que lá existem e que são o bem precioso, de maior valor, hoje, no contexto mundial.

E nós - Brasil, Rio Grande do Sul, Porto Alegre - possuímos essa riqueza fantástica, o lago do Guaíba, o nosso estuário, precisamos aprofundar esse tema e tirar a nossa posição, inclusive dentro do capítulo, Ver. Sebastião Melo, do Plano Diretor, que trata da qualificação ambiental. Porém, no momento em que este Projeto apresenta a concessão para exploração dos serviços de marina pública, creio que ele traz uma contradição. A marina pública tem de ficar sobre o gerenciamento e a orientação do Poder Público Municipal para que o acesso à marina seja de todas as pessoas, todos os cidadãos e cidadãs desta nossa querida Cidade.

Portanto, a discussão do tema da água é importante. E nós apoiamos, sim, Ver. Todeschini, todo o movimento que é feito na Assembléia Legislativa para a derrubada do Veto: o Governador Germano Rigotto não está tirando da Lei das PPPs a concessão pela utilização da água no Rio Grande do Sul.

Ver. Sebastião Melo, precisamos qualificar, aprofundar esse debate, esse tema trazido aqui, Sr. Presidente, através do PLL nº 012/05, que institui a Semana das Águas e que terá a nossa contribuição para o seu aprofundamento e qualificação. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Sr Presidente, Elói Guimarães; colegas Vereadoras, Vereadores, senhoras e senhores, o Projeto de Lei de nossa autoria que disciplina o controle do açúcar na merenda escolar é antigo. Infelizmente, em anos anteriores, nós não conseguimos votá-lo. É um Projeto que passou por várias Comissões, e cabe - para o pessoal novo, que está chegando, nossos colegas - explicar que esse Projeto é fruto de uma longa conversa, de longa discussão com Instituto da Criança com Diabetes, as Secretarias Municipais, Estaduais da Saúde e da Educação, o Conselho Regional de Nutrição e um conjunto de profissionais da área da Odontologia, inclusive tivemos uma grande colaboração da professora Sônia Slavutzky, da Faculdade de Odontologia.

Eu cito algumas dessas pessoas porque elas têm tradição no trabalho nessa área da Saúde Pública, e hoje as questões da obesidade, da cárie dentária, do diabetes constituem-se num problema que está se generalizando na nossa sociedade, tanto nas camadas mais abastadas, como, inclusive, na periferia.

O controle do açúcar na merenda escolar é fundamental. Hoje, nas cantinas das escolas, vendem-se tubaínas, aqueles refrigerantes que a gente conhece como “marca diabo”, que, na verdade, são feitos de uma tintura com bastante glicose e nenhuma substância nutritiva de fato. Os doces e as guloseimas, que inclusive são integrados à merenda escolar, são altamente nocivos à nossa saúde. Não vou aqui entrar na discussão, da qual o Projeto também trata, por exemplo, das frituras, sobre a gordura hidrogenada, e nós podíamos aqui discorrer longamente sobre os problemas que esses produtos têm causado à saúde da população. Recentemente, nós temos visto, nas páginas dos jornais, a grande preocupação, nos Estados Unidos, com a saúde da população, principalmente por uma alimentação desregrada, uma alimentação de péssima qualidade, que não se preocupa com os valores nutritivos dos alimentos.

O que nós queremos é uma grande discussão, uma grande batalha nas escolas. Inclusive hoje as escolas municipais e estaduais estão liberadas, Ver. Braz, para fazerem a compra da merenda escolar. Não há mais aquela antiga centralização da compra de merenda escolar em grandes quantidades, de bolacha disso, bolacha daquilo, achocolatado disso ou daquilo. Como aconteceu, tempos atrás, lembram V. Exas., perto de nós, em Estância Velha, havia achocolatado que não era achocolatado. Enfim, esse problema nós podemos hoje elidir, porque há uma verba para as escolas, as escolas fazem o gerenciamento, e há um controle das instituições sobre a compra da merenda escolar. Na Escola Chapéu do Sol - vários aqui conhecem muito bem -, Ver. Sebenelo, os hortifrutigranjeiros, principalmente as verduras e legumes, são comprados diretamente ali de Lajeado, portanto chegam no mesmo dia em que são colhidos, e a Prefeitura, evidentemente, tem de fazer o controle, porque essa é a natureza do Poder Público.

Então, nós podemos ter hoje uma alimentação muito mais regrada, nós temos de ter essa preocupação com a alimentação das nossas crianças. Nós temos médicos nesta Casa, o Dr. Sebenelo, o Dr. Goulart, e outras pessoas que têm militância nessa área da Saúde Pública que sabem o quanto é preocupante hoje essa questão do desregramento da alimentação. O controle do açúcar na merenda escolar é fundamental para que nós possamos ter Saúde Pública, para que possamos ter a garantia de que as nossas crianças não tenham diabetes precoce. Nós podemos controlar, sim, a cárie dentária e termos, no futuro, uma geração de pessoas com saúde, com muito mais qualidade de vida do que temos hoje. É uma tarefa árdua, o meu Projeto vem de longe, vem com uma grande discussão, fruto de profissionais, de pessoas que têm capacitação técnica e profissional para nos ajudar e que nos orientaram para tal, portanto peço a consideração de todos e de todas para o meu Projeto. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, mais uma Sessão de Pauta e mais de uma dezena de novos Projetos dão ingresso na Casa. Eu não posso analisar todos, não vou fazer isso.

O primeiro deles é do nobre e eminente Ver. Adeli Sell, que quer ir a Belo Horizonte. Ele quer instituir a Feira do Livro, do Disco e do Vídeo na Esplanada da Restinga e dá outras providências. Eu já acompanhei o Ver. Adeli Sell em uma outra iniciativa sobre os discos na área central. Ele foi Secretário de Indústria e Comércio, como também o foi o ex-Vereador Reginaldo Pujol. E o Brique da Redenção, que a Cidade conhece e respeita, foi feito por um Decreto; no início, uma Ordem de Serviço no início, depois foi acertado entre o Ver. Pujol, então Secretário de Indústria e Comércio, e o Prefeito Guilherme Socias Villela. Lá está por todo esse tempo e cada vez melhor, servindo de encontro para grande parte da população porto-alegrense. Então era uma lei desnecessária, bastava a vontade de fazer. E o Vereador não está brigando comigo hoje, porque ele está quase viajando.

O Ver. Bernardino está instituindo a Semana das Águas no calendário turístico e autoriza a concessão para a exploração de serviço de marina pública no Município de Porto Alegre. Ver. Bernardino, se V. Exª soubesse o que é fazer uma marina pública no Município de Porto Alegre, não faria a proposta. E anda chamando de “marina da harmonia”. Aqui no Parque, nós iniciamos, na Administração Villela, a marina pública, que está parada até hoje, porque os ambientalistas não permitiram a obra. E lá na Ilha das Flores, se não estou equivocado, começaram uma marina, e o Prefeito Tarso Fernando e o Secretário, nosso ex-Vereador Gregol, conversaram, conversaram, mas nunca deram autorização para fazer. Então, é muito difícil que venha a ocorrer a marina pública.

Mas o Projeto que me deixa impressionado é o da querida Verª Maria Celeste. Ela quer proibir a cobrança de consumação mínima, ou consumação obrigatória, nos bares, boates, danceterias, casas de show e similares no Município de Porto Alegre. Mas, mais do que me impressionar, Verª Maria Celeste, preocupa-me, porque a Procuradoria da Casa diz que pode, que é tranqüilo, que é isso mesmo, que é legislação suplementar. Isso conforme lição do renomado jurista Hely Lopes Meireles em sua obra Direito Municipal Brasileiro, 6ª Edição (Lê.): “O interesse local caracteriza-se pela predominância, e não pela exclusividade do interesse do Município em relação ao Estado e à União, portanto não há assunto municipal que não seja reflexamente de interesse estadual ou nacional.”

Eu não sei por que ela usou esse argumento, mas uma casa, uma boate, uma danceteria - eu não as freqüento, pelo menos, há muito tempo -, se trouxer um astro internacional ou nacional com cachê muito elevado, se não houver consumação mínima, se não houver couvert, não vai haver nenhum astro em Porto Alegre, porque não há o que o pague. Alguém paga uma entrada, como propõem a Verª Celeste, de 20 reais, 50 reais, mas a casa pode suportar 200 pessoas, então, arrecadou 10 mil reais, e o artista custa quanto à casa?

Então, eu acho que a suplementação na legislação tem de ser acompanhada da sensibilidade, da viabilidade de fazer ou não. Ou nós queremos um Roberto Carlos, cantando aqui no Grêmio Náutico União, por exemplo, e aí os associados terão que pagar um “x”, uma consumação, um couvert, ou nós não vamos ter Roberto Carlos. Então, eu acho que a falta de leis não é o que está nos dificultando a vida; o que está dificultando a nossa vida é o excesso de leis, e, é claro, as Moções em quantidade, como aqui são feitas. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Sr. Aldacir Oliboni assume a presidência dos trabalhos.).

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o nosso objetivo principal com o Projeto Semana das Águas, que autoriza a concessão da exploração dos serviços de marina pública no Município, é a educação ambiental, o turismo e a cultura. Evidentemente, nós não podemos nos desesperar se daqui um pouco aparecer aí um ambientalista querendo se opor ao Projeto. De toda a sorte, o jeito que está o nosso Guaíba, escondido da população, também faz com que haja desconhecimento sobre a poluição que é jogada diretamente no nosso Guaíba.

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Prezado Ver. Vendruscolo, como ambientalista, quero aqui lhe dizer o seguinte: qualquer Projeto tem incidência sobre o ambiente, e nós temos que construir os Projetos corretamente para alcançar o equilíbrio ambiental. Muitas vezes há contestação, faltando o conhecimento. Nós temos que exigir que os Projetos tenham qualidade ambiental, que se chama ambiente construído. Obrigado.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Eu vou contar com a sua colaboração.

Também quanto à possibilidade de a marina pública ser explorada pelo Estado ou pelo Município, nós sabemos de antemão que o Estado brasileiro, hoje, quando administra, o faz com muita dificuldade. Parece-me que esse tipo de serviço na mão do privado vai ter mais resultado. Em algumas coisas evidentemente nós somos defensores do Estado, mas, nesse caso, a privatização nos parece que é o caminho.

Outro Projeto que tramita nesta Casa é o Projeto que trata da obrigação de o Executivo Municipal disponibilizar a legislação na Internet. Nós hoje, aqui na Capital, não temos condições de buscar a nossa legislação, tanto aqui da Casa como do Município, na Internet, mas temos bastante facilidade para buscar a legislação estadual e federal. Então, o nosso Projeto objetiva que toda a legislação do Município vá para a Internet também, com o objetivo de facilitar o seu acesso aos cidadãos.

Outro Projeto é o que dispõe sobre a execução obrigatória dos Projetos e orçamentos programados para o Exercício. Nós sabemos que o Legislativo passa aqui aprovando leis, orçamentos, enfim, e o Executivo não tem a mínima obrigação da sua execução; é uma mera peça de ficção. O Executivo não tem responsabilidade sobre a sua execução, e esse Projeto tem o objetivo de obrigar o Executivo a executar a obra, o serviço ou o orçamento.

Também outro Projeto de nossa autoria que tramita nesta Casa visa proibir a antecipação de Receita no último ano do Governo. O Prefeito terá condições de antecipar Receita durante o seu mandato, mas, com relação ao seu último ano, com esse Projeto, nós vamos ter uma proibição a respeito, não acontecerá o que aconteceu agora, na última Legislatura, quando houve antecipação de Receita.

Caros Vereadores, em especial o Ver. Dib, por quem eu tenho uma grande admiração, nós não podemos nos desesperar, caro Vereador, e eu conto com o seu apoio, com a sua experiência, quando em outras oportunidades se tenta fazer algum Projeto e isso não é possível. Nós devemos procurar buscar aquilo que nós imaginamos que é bom para a Cidade, e é isso que este Vereador busca.

 

O Sr. João Antonio Dib: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador Bernardino, eu entendi perfeitamente a boa vontade de V. Exª e a sua preocupação com a Cidade. Eu ficaria encantado se pudesse ser aprovado o Projeto de V. Exª, e ele tem todo o meu apoio.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Muito obrigado. O seu apoio é muito importante para nós. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste.

A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Aldacir Oliboni; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, hoje gostaria de discutir Projeto de minha autoria que está em 1ª Sessão de Pauta. Trata-se da proibição da cobrança da consumação mínima nos bares e danceterias da Cidade, estabelecida já como uma norma, uma regra geral na nossa Cidade. O Ver. João Antonio Dib estranha o Parecer da Procuradoria da Casa, e eu dizia para ele que é, sim, de competência do Município legislar sobre matérias de interesse dos munícipes da nossa Cidade. E essa matéria nada mais traz para nós do que uma regulamentação do Código de Defesa do Consumidor, lá no seu art. 39, Ver. João Dib. É muito claro, o artigo diz, especificamente, que é vedado aos estabelecimentos condicionar o fornecimento. O estabelecimento não pode, com a entrada de uma pessoa em seu recinto, determinar o quanto ela deverá gastar. Isso está no art. 39 do Código de Defesa do Consumidor.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Verª Maria Celeste, esses recintos do qual V. Exª fala, que têm mesas, garçons, toalhas, copos, são locais de consumo. Ninguém é obrigado a ir lá. E, quando eles pretendem promover uma figura qualquer, é preciso que haja uma participação de todos, já que o Partido de V. Exª gosta do participativo.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada, Ver. João Dib. Eu queria dizer a V. Exª que outras cidades como São Paulo e Rio de Janeiro já têm a regulamentação dessa matéria, tornando proibida a cobrança dessa consumação, o que é regulamentado pelo Código de Defesa do Consumidor. Ora, é uma imposição que é colocada à pessoa, principalmente ao jovem, que quer entrar num estabelecimento, ou seja, ela só pode entrar lá se consumir aquele determinado valor. Isso é um ato abusivo, extremamente lesivo ao consumidor. Eu entro numa danceteria, vou ver um show, não pago uma entrada, mas pago preventivamente um valor para consumir, eu sou induzida a consumir aquele valor ou deixá-lo para o dono do estabelecimento. Eu posso ir a uma danceteria, posso ir a um bar e resolver tomar um refrigerante, e isso não custa 40 reais, o que é normalmente cobrado nesses locais.

 

A Srª Manuela d’Ávila: Permite-me um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maria Celeste, eu venho aqui colocar a Bancada do PCdoB à disposição para o debate com a juventude, com a sociedade de Porto Alegre no que se refere a esse Projeto, que, sem sombra de dúvida, colabora e auxilia para que as coisas sejam feitas de maneira correta e de acordo com as leis que já existem no nosso País; e não de forma discriminatória e indutiva para a nossa juventude, como o são hoje.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada, Verª Manuela.

Esse Projeto tem um forte apelo junto à nossa juventude. Aliás, nós já estivemos panfleteando, levando esse Projeto aos bares noturnos da nossa Cidade, mostrando o quanto essa matéria é importante. Parece insignificante, parece que não nos toca, mas é muito importante esse tema, trata-se de uma cobrança abusiva. Não há escolha para o consumidor, não há escolha para o jovem: ou consome a cota ou paga pelo que não consumiu. Isso está ferindo o direito do consumidor de poder entrar no estabelecimento, consumir o que quiser, assistir ao show que quiser, sem essa cobrança abusiva. Há uma prática muito, muito séria. Isso já virou norma geral na Cidade, quando, na realidade, é uma prática ilegal. O Código de Defesa do Consumidor é claro quando diz que isso é ilegal, que não pode haver essa cobrança.

No ano passado, o Procon do Estado fez várias batidas em bares e danceterias exatamente nesse sentido, tentando coibir essa prática que já existe em nossa Cidade. Nós estamos conversando inclusive com o Sindicato dos Bares e Restaurantes da Cidade e somos sensíveis aos apelos e a todas as considerações colocadas pelos donos do comércio, mas queremos aqui trazer esse debate inclusive para a Comissão de Defesa do Consumidor, estabelecer uma audiência pública para que se possa ter o contraponto. Isso também é o que a Verª Manuela propõe, ou seja, promovermos o debate junto com a juventude e também ouvirmos o Sindicato, para que haja o contraponto, porque acredito que nós devemos legislar corretamente sobre a Cidade, ouvindo os dois lados, os dois pontos de vista referentes aos nossos Projetos. Obrigada, Sr. Presidente.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Encerrado o período de discussão preliminar de Pauta.

O Ver. Mario Fraga está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARIO FRAGA: Ver. Aldacir Oliboni, na Presidência dos trabalhos, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, agradeço ao nosso Líder, Ver. Dr. Goulart, pela cedência do tempo de Liderança do PDT. Espero, além de falar alguma coisa pessoal, falar em nome de toda a nossa Bancada do PDT, pois somos da base de sustentação do Governo Fogaça.

Venho à tribuna, sem nenhuma procuração do Prefeito, para fazer uma defesa de S. Exª - hoje, no dia 10 de março -, que tem sofrido algumas cobranças, principalmente desta Casa, Ver. João Dib. Tenho certeza de que nós, Vereadores, deveríamos dar mais um prazo ao Governo Fogaça. Nós temos cobrado e temos dado, através inclusive do Ver. Dr. Goulart, algumas metas, algum caminho para o Prefeito Fogaça chegar a algum lugar em termos de Saúde, mas a cobrança, em si, prejudica um pouco.

Hoje mesmo eu estava lembrando de um fato e vim pensando em confirmá-lo com a Verª Neuza Canabarro, companheIra do Deputado Federal Alceu Collares, que foi nosso Governador, nosso Prefeito. O Collares, naquela época, pediu cem dias de moratória, não pagou ninguém, e hoje nós estamos quase nesse ponto. O Fogaça não pede nada para ninguém, não pediu para os Vereadores não criticarem, não pediu para os Vereadores fazerem isso, não fazerem aquilo. Em 15 de fevereiro, começou a Legislatura, hoje não faz 30 dias, e todos aqui, infelizmente, dão a solução, a solução que poderia ser do outro Governo, do anterior a este, e assim por diante.

O déficit que a Prefeitura deixou é de 125 milhões de reais, que é um número, e de números todo o mundo fala também. O Prefeito Verle, que foi Vereador comigo, Ver. Carlos Todeschini, pessoa íntegra, inclusive como Prefeito, como Vice-Prefeito, ajudou a nossa comunidade, uma comunidade da qual eu faço parte, o Jardim Vila Nova - a nossa família, em especial, é muito grata a ele, tenho certeza. Quando ele saiu, informou que o déficit era entre 45 milhões, 50 milhões de reais, talvez ele não tivesse os números corretos. Hoje, depois de ter fechado o exercício, no dia 31 de dezembro, o Prefeito Fogaça informa que são 125 milhões de reais o déficit. É certo também que havia em caixa um valor de 60 a 70 milhões de reais em dinheiro, esse que já era carimbado.

Mas eu não vim aqui para fazer nenhuma oposição, não quero. Gostaria, hoje, sem nenhuma procuração, nem com a Ver. Clênia falei, de pedir aos nobres Pares que déssemos um prazo para o companheiro Prefeito Fogaça, porque o caos de hoje é o mesmo que havia no dia 10 de dezembro, não mudou nada, mudaram só as pessoas, por enquanto, mas cada uma na sua área, e eu posso dizer que, na minha área, especificamente, na Secretaria de Esportes, através do Ver. João Bosco, a Secretaria está funcionando e está aparecendo em pouco mais de 60 dias. Então, nós temos de dar um prazo maior, não tenho procuração, não falei para ninguém que ia defender, mas acho que nós aqui temos de ter um pouco de compreensão. Muito obrigado, Ver. Dr. Goulart.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregôo a Emenda nº 01 ao PLL nº 037/05, de autoria da Ver. Neuza Canabarro.

O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, volto a esta tribuna ainda para falar sobre a questão do Conselho da Juventude. Hoje eu vi que está sendo apresentado um Projeto de Lei, de autoria da Verª Neuza Canabarro, propondo a criação de um Conselho, Conselho esse que esta Casa determinou que é inconstitucional e que não deve ser apresentado pelos Vereadores. Mas as coisas são dinâmicas, o que valia para ontem talvez não valha para hoje. Eu quero dizer, Verª Neuza, que sou a favor da criação do seu Conselho e, na ocasião, vou votar favoravelmente.

É em cima disso que eu venho comentar, porque coloquei aqui que entendia e entendo que o Sr. Prefeito foi incoerente e, uma vez mais, eu fico surpreso, porque não explicita as coisas! Por exemplo, o Diário Oficial de Porto Alegre, na edição de hoje, diz assim: “Câmara Municipal veta o Projeto do Desfibrilador”. Eu estou esperando que o Diário Oficial do Município diga: “Câmara Municipal vetou o Conselho da Juventude”. As coisas são claras, foi amplamente discutido. Vamos dar publicidade! O Prefeito José Fogaça e o Secretário Mauro Zacher não querem Conselho Municipal da Juventude! Pronto!

Eu volto a dizer: hoje foi apresentado um Projeto propondo a criação do Conselho Municipal de Segurança, que eu vou votar a favor. É interessante isso, porque as coisas são dinâmicas. E um detalhe: não pensem que a população tem memória curta, tudo o que se vota aqui é explicitado para a população. Essa é a grande dinâmica. Espero que, rapidamente, no Diário Oficial, possa sair que foi vetado, até porque queremos que a população saiba. Queremos saber: não se quer Conselho?

Então, essa discussão que eu digo é a grande dialética aqui nesta Casa: são idéias, nós lutamos com idéias! Se é contra, é contra. Mas volto a dizer da dinamicidade: sou contra e crio o Conselho... Interessante! E não faz nem uma semana! Por isso digo que é uma questão de coerência, o discurso deve ter uma coerência; o que vale para hoje, não vale para amanhã? O que vale para mim, não vale para outro? Nós vamos ter muito tempo para discutir, debater esses assuntos. Eu gosto muito disso, de fazer essa dialética, e vou aguardar, vou ler tudo, o que eu faço diariamente, vou continuar lendo o Diário Oficial até que saia que o Prefeito vetou o Conselho Municipal da Juventude. É uma opção: não se quer! E aqui a Casa é democrática, está explicitada a total vontade da população. São 36 Vereadores, sendo que 22, na oportunidade, resolveram votar contra. Eu aceito, acatei, e é obrigação acatar, não há outra maneira, a não ser que eu entrasse com recurso.

Para finalizar, Sr. Presidente, também gostaria que o Secretário Municipal de Cultura se pronunciasse, porque, na próxima terça-feira, dia 15, virá uma banda internacional em Porto Alegre, ela fará um show no Estádio Olímpico, e há uma lei municipal de minha autoria que prevê que todo e qualquer show internacional em Porto Alegre tem de ser precedido de uma banda local. Nós entramos em contato com a produtora e até agora não há banda local. Quero lembrar que a lei é clara e fala em 10%. Se for necessário, na terça-feira, vamos entrar com uma liminar para não sair o show e vamos acionar o Ministério Público, porque esse é o dever, lei existe para ser cumprida, ganhando ou perdendo.

Agradeço a gentileza, Sr. Presidente. E volto a dizer que estarei lendo, de forma contínua, o Diário Oficial, aguardando o Veto ao Projeto que cria o Conselho Municipal da Juventude, porque é uma grande discussão que queremos fazer no meio acadêmico, queremos dar publicidade, já que o Sr. Prefeito José Fogaça e o Secretário Mauro Zacher não quiseram o Conselho Municipal da Juventude. Talvez comecemos pela Pontifícia Universidade Católica. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos assiste pela TV Legislativa, venho aqui e sou obrigado a fazer um debate com o Ver. Mário Fraga em relação aos elementos apresentados aqui, das contas da Prefeitura, porque ninguém disse que estava um mar de rosas. A dificuldade sempre existiu e sempre existirá, porque a pressão por serviços, por obras, atendimento aos programas, é permanente. E a contabilidade é possível ser feita de várias formas, porque depende o que se inclui nas dívidas, já que muitas dessas dívidas e dessas contas são apresentadas como dívidas para com o Governo do Estado do Rio Grande do Sul. E, como não existe também o pagamento de muitas contas do Governo do Estado, então, de tempos em tempos, é produzido um acordo de contas que equilibra as dívidas para nova retomada. Então, o cálculo é o que foi apresentado mesmo: em torno de 48 milhões, 50 milhões de reais de déficit, o que, em um orçamento de 2 bilhões de reais, significa aproximadamente 2% de déficit.

Na situação em que as grandes cidades do Brasil se encontram, isso é insignificante, perto de São Paulo, em que a dívida, parece-me, aumenta 5 milhões de reais por dia, e há outras cidades que estão em situação falimentar. Então, é uma situação muito delicada. Porto Alegre não vive às mil maravilhas, mas nós estamos em uma situação de proximidade de equilíbrio econômico-financeiro. Isso é muito importante. É uma situação difícil também, mas não é uma situação desastrosa, trágica, muitas outras cidades são assim: Fortaleza, São Paulo, enfim, a grande maioria das capitais brasileiras vivem essa situação.

Então, dentro da dificuldade, dentro da crise, diante desses dados, nós sempre administramos, e vai continuar sendo assim. Por quê? Porque as pressões por serviços, as pressões por obras, as demandas, o crescimento vegetativo dos custos são sempre superiores à arrecadação. E isso é uma tendência que deve se reproduzir. Portanto, temos a total tranqüilidade de vir reafirmar aquilo que dissemos e aquilo que o Prefeito João Verle apresentou.

Em relação ao tempo pedido pelo Ver. Mário Fraga ao Prefeito José Fogaça, com certeza, ele tem e terá o tempo, no entanto isso não significa que não faremos o debate crítico de apontar as dificuldades, porque aqui nós estamos em nome do povo de Porto Alegre para levantar aquilo que nós identificamos, como as dificuldades, o sofrimento e aquilo que é obrigação do Poder Público: amparar, proteger e apoiar a comunidade.

Nessa direção, Ver. Mario Fraga, V. Exª tem razão. A Saúde teve dificuldades, ninguém aqui falou que era a “sétima maravilha”; como eu disse ontem, havia coisas muito boas, havia situações de dificuldade, havia problemas. E há ainda hoje áreas que são bem atendidas e áreas deficientes. Uma área muito bem atendida é a área do tratamento oncológico, do tratamento dos doentes de câncer; outra é a área da maternidade; o serviço de pré-natal é um serviço modelar da Prefeitura. E há serviços especializados que são precários.

No entanto, o que nós não podemos ver - como eu presenciei e relatei aqui esses dias - é o SAMU demorar 30 minutos para atender a uma pessoa, casualmente médica, que foi atropelada em cima da calçada e que não podia se mover. O SAMU demorou 30 minutos para percorrer oito quadras de distância. Chegaram veterinários de duas clínicas veterinárias para atender ao cachorro dessa pessoa que estava também acidentado, e o SAMU só chegou depois. Isso não é sinal de melhora, isso é sinal de piora, e é a isso que estamos nos atendo. Isso tem que ser denunciado, assim como as filas que aumentam, assim como a falta de remédios.

Ontem nós tivemos aqui nesta Casa uma grandiosa manifestação liderada pela sociedade. Estavam presentes o Presidente, Elói Guimarães, e outros Vereadores; da sociedade civil, entre outros, estava o Dr. Mathias Nagelstein, que é o líder desse movimento. Havia uma reclamação generalizada que, inclusive, foi pauta do colunista Paulo Sant’Ana, ontem, no jornal Zero Hora, sobre a questão da Segurança Pública, sobre a sua problemática. Nós somos solidários ao movimento, inclusive estamos protocolando, no dia de hoje, um Requerimento, solicitando a constituição da Comissão Especial de Segurança Pública, com o objetivo de discutir e implementar ações que possibilitem estancar a ascensão da violência e da criminalidade em Porto Alegre.

Esse é um outro problema que foi discutido, que foi debatido na campanha. Houve, inclusive, a proposta de um brigadiano em cada esquina, e, na verdade, o que nós temos no cotidiano são as notícias, os fatos da violência aumentados.

Então, o nosso objetivo, como Bancada da Frente Popular, do Partido dos Trabalhadores, é contribuir para a melhoria dos serviços e para a proteção da nossa população em todas as direções. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; meus colegas Vereadores e minhas colegas Vereadoras, nós achamos que esse tema suscitado pelo Ver. Mario Fraga - e sobre o qual houve uma tentativa de rebatimento por parte do Ver. Todeschini - é importante. Os senhores lembram que, em todas as reeleições da Frente Popular, sempre aparecia uma propaganda: “Esta é uma Prefeitura sadia financeiramente. Nós recuperamos aquilo que o Prefeito Collares deixou quebrado”. Então eu quero entrar nessa seara.

Primeiro, o Governo Collares governou com um terço do que o PT começou a governar, porque houve uma Reforma Tributária Nacional e uma Reforma Tributária Municipal no início do Governo do Partido dos Trabalhadores. Essa é a verdade. Portanto, botou muito dinheiro no caixa e governou. Mas os senhores lembram daquele lance do Prefeito Verle para cortar a bimestralidade? Ele criou um subterfúgio dizendo que havia um déficit na Prefeitura. Cortou, passou a tesoura nos interesses dos funcionários, depois, quando apresentou o Balanço, havia superávit. Nós lembramos disso!

Mas a verdade é a seguinte, vamos aos fatos: na transição, o que veio à tona agora, em nenhum momento o Governo Municipal colocou. O Governo dizia, Ver. Dib, que tinha, em curto prazo, 20 milhões, outra hora eram 30 milhões, e o Secretário Branco chegou a dizer que eram 35 milhões. Esse foi o máximo a que ele chegou. O Governo que lá chegou, Verª Clênia, Líder do Governo, encontrou até as telas dos computadores desligadas. Quem detinha as informações, a memória financeira, era só Cargo de Confiança, e saíram com o Sr. Prefeito João Verle. Nenhuma memória! E hoje o Governo já apura 175 milhões de dívidas a curto prazo. Fornecedores, Presidente, atrasados em cinco meses; nas locações de veículos, mandam o sujeito apresentar, o sujeito não apresenta, suspendem, e o sujeito aparece e diz: “Mas eu trabalhava com o Fulano, com o Sicrano”. Obras realizadas nem sequer empenhadas, exatamente como fez o Sr. Olívio Dutra quando deixou o Palácio, deixando 700 milhões para o Governador Rigotto pagar sem empenho. Essa é a realidade, essa é a dura e triste realidade. E as obras do Orçamento Participativo, tão cantado pelo Brasil, pelo mundo inteiro: há obras de 2001 - como o Posto de Saúde Ruben Berta, meu querido Brasinha, uma obra de 2001 - que o Prefeito que agora assumiu está lá cobrindo.

 

(Manifestação anti-regimental da Verª Sofia Cavedon.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: A senhora sabe que estou dizendo a verdade, veja que, quando se fala a verdade, dói, não é? Aí, a Bancada petista começa a entrar nessa hesitação.

Então, eu quero dizer, meus amigos, meus colegas Vereadores, que aquilo que a Frente Popular dizia não procede; as finanças estão mal, o Governo que está aí não vai entrar em choradeira, vai fazer, vai enfrentar, mas, na verdade, o PT é bom de marketing, é muito bom em virtualidade, mas é muito ruim de gestão. Essa máquina está sucateada, os prédios públicos abandonados, não é?

Então nós queremos dizer com toda a tranqüilidade: esse é um bom debate, vamos fazer um seminário sobre essa matéria, vamos convidar o Sr. Branco, que esteve lá, o ex-Secretário da Fazenda, o Sr. Ricardo Collar. Esta Casa, Verª Neuza, aprovou no final de 2003 a taxa de iluminação pública. Aprovada aqui nesta Casa. Passou-se um ano inteiro. Quem governa tem a obrigação de fazer, senão é omissão, para não dizer irresponsabilidade. Hoje se tem uma dívida de 40 milhões de reais com a CEEE. Quarenta milhões de reais! E a taxa de iluminação pública que foi aprovada por esta Casa?

Então, nós, Ver. Todeschini, vamos devagar, vamos estabelecer... Mas vamos trazer números, estou trazendo aqui os 175 milhões de reais. Se não for verdade, o senhor traga, por favor, os números, busque a assessoria que os senhores tiveram nesses dezesseis anos, peçam que os companheiros que ocuparam os Cargos em Comissão tragam os disquetes - porque eles levaram os disquetes para casa - para compararmos. A memória do Poder Público não pode pertencer a uma Administração, pertence à cidadania, ao cidadão. Isso é muito mau, o Poder Público não é de um Partido político, não é de uma vertente política. Então, essa é a realidade das finanças, mas não há problema, vamos caminhar, vamos avançar e, aliás, vamos fazer as obras do OP que os senhores não fizeram e vamos fazer as outras obras que a participação popular vai decidir. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores e Vereadoras, todos que nos assistem, eu tenho uma série de temas para tratar.

Queria inicialmente, inclusive, saudar, parabenizar o Sr. Maurício Nunes Santos, Presidente da Escola Imperatriz Dona Leopoldina, colaborador nosso, que, nessa segunda-feira, foi eleito Vice-Presidente do Conselho de Presidentes da Associação das Entidades Recreativas, Culturais e Carnavalescas de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul - Aecpars. Parabéns pelo trabalho sério que vem fazendo nessa Escola, conquistando o vice-campeonato.

Queria também convidar os Vereadores da CUTHAB, os quais já estão oficialmente convidados, e também os demais Vereadores que desejem participar, no dia de amanhã, para mais uma reunião extraordinária da CUTHAB. A Comissão tem trabalhado duramente para examinarmos o problema da ocupação Costa e Silva, que está há mais de um ano com aproximadamente cem famílias, está sob ameaça de um mandado de reintegração de posse. É uma área da COHAB, e teremos a presença dos seus integrantes amanhã, às 10h. Esperamos que os Vereadores que tiverem interesse em acompanhar, em ajudar na solução estejam presentes.

Queria também rapidamente fazer uma prestação de contas, meu Presidente Elói Guimarães, da representação que fiz de V. Exª na primeira reunião, realizada nessa terça-feira à noite, do ano do Conselho Municipal de Justiça e Segurança. O Conselho foi criado, pelo que eu saiba, a partir de uma lei de iniciativa do Ver. Ervino, Lei Complementar nº 487. Lá esteve o Secretário de Direitos Humanos e Segurança Urbana, a Brigada Militar, a Polícia Civil e Conselheiros de diversas regiões. Foi apresentado um plano de trabalho da Secretaria que, com todo o respeito, me pareceu extremamente débil, pouco criativo, inclusive vou passar à Presidência da Casa, caso se interessem. Também escutamos diversos Conselheiros que fizeram depoimentos, Ver. Dib, realmente dramáticos sobre a situação da insegurança na cidade de Porto Alegre. O representante do Eixo da Baltazar referiu verdadeira situação de faroeste que existe na Região Norte. No Eixo da Baltazar há, vamos dizer, até certa omissão, segundo a declaração da comunidade, por parte dos órgãos de Segurança, e pela sua preocupação, inclusive, haverá uma reunião na Região. Houve um outro depoimento muito sério da representante da Região Navegantes, a Dona Palmira, sobre os assaltos que se sucedem nos ônibus. A disposição das empresas de ônibus da região, Ver. Bernardino, é de deixarem de atuar na Região por falta de segurança. Também ali há a realidade do Sesi, uma área deteriorada, da qual os marginais se adonaram, e a população não tem a mínima segurança, sendo que foram solicitadas medidas à Polícia Civil, e a Polícia disse que não tem como atuar. Inclusive, o nosso companheiro, Conselheiro, estava presente na reunião também.

Por fim, eu queria me referir de forma breve à manifestação do Ver. Sebastião Melo, que faz aqui discursos explosivos, sempre dentro de uma ótica parcial, subjetiva. Ele afirmou aqui dívidas de 175 milhões; há pouco outro Vereador se manifestou dizendo que eram 125 milhões; e o Prefeito Fogaça, não caindo nesses desequilíbrios verbais, tem falado em 80 milhões. É bom dizer que o Prefeito Verle se manifestou dizendo, pela crise do País, que era um déficit em torno de 50 milhões. Então, são valores, 50 milhões, 80 milhões. Passados esses meses que correspondem à realidade, o resto é oratória vazia, demagógica, sem fundamento.

Queria também lembrar ao Ver. Sebastião Melo que ele sempre se caracterizou por vir, aqui, manifestar-se contra os aumentos - e eu me lembro -, aumentos de taxa de água, de taxa de luz, de passagens, de impostos, e nós estamos cobrando do Ver. Sebastião Melo, que desertou dessa discussão. Outra discussão da qual o Ver. Melo desertou é a Segurança, e basta ler os jornais. Hoje eu estava lendo: são três assassinatos, um homicídio; descobriram quem assassinou o agente da Polícia, descobriram quem assassinou o Coronel da Brigada e assim vai. E o Ver. Melo, agora, que tem responsabilidade do seu Partido no Governo, ignora o que acontece na Segurança, os aumentos de taxa de água, de taxa de luz e assim por diante. Ver. Melo, coerência se chama abordar os temas que interessam à sociedade, seja quando se é Governo, seja quando se é oposição. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, não estava previsto eu retornar a esta tribuna para trazer mais uma vez a problemática enfrentada pela nova gestão da Prefeitura de Porto Alegre no que diz respeito às finanças públicas e ao sucateamento do aparato administrativo do Executivo Municipal. Mas a grande preocupação que temos e todos os esforços das Sras Secretárias e dos Srs. Secretários, dos Diretores das Empresas e dos Departamentos das Secretarias são para a efetivação de novas políticas que venham a utilizar os serviços, democratizar o atendimento, regionalizar as demandas e permitir que o conjunto da população porto-alegrense, principalmente aqueles que mais precisam, tenha acesso aos serviços públicos. Isso independentemente das suas opções ideológicas, partidárias, de forma que ninguém, recebendo um direito legítimo de todo cidadão, que é o de ser beneficiário das políticas públicas, se sinta acorrentado a qualquer Governo.

A preocupação que temos neste momento é otimizar os serviços, fortalecer as instituições democráticas e permitir o acesso da população que mais precisa a serviços fundamentais, como, por exemplo, à Saúde Pública, nos postos de saúde; é fazer com que as políticas de assistência efetivamente sejam garantidas não apenas para as crianças que já estão nas sinaleiras, mas para aquelas que ficam perambulando nas vilas e que, portanto, não estão debaixo dos holofotes de quem passa com os seus carros nas grandes avenidas.

Porém, considerando que retorna a esta tribuna essa polêmica sobre a veracidade ou não dos números da dívida herdada pelo Governo Fogaça, eu queria esclarecer ao nobre Ver. Carrion que é verdade, que os números que temos, hoje, na nossa avaliação não são exatamente os mesmos números que nós avaliávamos no dia 1º ou no dia 3 de janeiro. Gostaria que as Sras. Vereadoras, os Srs. Vereadores e as pessoas que acompanham os nossos trabalhos pudessem compreender por que isso acontece.

A Secretaria da Fazenda do Município tem aproximadamente quatrocentos funcionários. Quatrocentos! Aproximadamente quatrocentos! As senhoras e os senhores sabem quantos funcionários, desses quatrocentos servidores - a grande maioria deles técnicos concursados, funcionários públicos, comissão, que prestam o serviço público -, conheciam o fluxo de caixa dessa Secretaria? Doze! Apenas doze! Eles eram os técnicos mais experientes daquela Secretaria? Não eram! As senhoras e os senhores sabem qual era o critério? Todos os doze funcionários eram Cargos de Confiança do Governo passado e saíram com o velho Governo. Até aí seria difícil de explicar, mas o mais difícil de explicar é que esses 12 Cargos de Confiança não detinham, na sua prática, ou talvez por orientação de um Governo que não detinha, na sua prática, o princípio republicano, que é o princípio que considera o bem público um bem efetivamente público e não partidário do Governo que administra. Quando esses 12 Cargos de Comissão, os únicos que detinham a informação sobre o fluxo de caixa da Secretaria Municipal da Fazenda, saíram com o antigo Secretário da Fazenda, eles levaram os dados. Ficaram, portanto, os funcionários da Secretaria da Fazenda sem os dados de como estava o fluxo de caixa da Secretaria da Fazenda.

Essa é uma denúncia gravíssima que nós, inclusive, não priorizamos, porque não é a nossa intenção colocar isso no centro dos nossos debates políticos, mas eu acho que é um direito do cidadão poder conhecer como anda a gestão daqueles que o governam. Então, já que essa polêmica foi assim apresentada, eu acho importante que a população de Porto Alegre conheça essa verdade.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre Vereador-Presidente, eu vou ser muito breve, quero apenas complementar dados que apresentei na tribuna, os quais agora, em face do pronunciamento da Verª Clênia Maranhão, são muito importantes.

Eu gostaria que me explicassem, e aqui é o Prefeito João Verle que assina: em 2001, a arrecadação da Prefeitura foi de 1 bilhão e 440 milhões; em 2002, 1 bilhão e 587 milhões; em 2003, em números redondos, 1 bilhão e 800 milhões de reais. Em 2004, quando tudo devia ser maior, foi de 1 bilhão e 463 milhões. Faltam 337 milhões de reais para serem explicados.

Mas, em relação à previsão orçamentária, a diferença é 700 milhões. Portanto, eu acho que os homens que hoje dirigem a Fazenda são extremamente competentes, senão não saberiam movimentar a confusão que lá foi criada. Apenas queria fazer esse registro. É claro que todos esses números estão documentados, com a assinatura do Sr. Prefeito João Verle e do Dr. Ricardo Collar. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Há um acordo que solicita a votação de dois Requerimentos: Requerimento nº 073/05, de autoria do Ver. Luiz Braz, que solicita autorização para representar a Casa em Belo Horizonte a fim de conhecer as soluções empreendidas na Capital mineira em relação aos ambulantes, nos dias 14 e 15 de março. Decorre de convite feito pelo Secretário Municipal da Produção, Indústria e Comércio; Requerimento nº 072/05, de autoria do Ver. Adeli Sell, que também solicita autorização para representar a Câmara na mesma data e também a convite do Sr. Secretário Municipal da Produção, Indústria e Comércio. Trata-se de matérias de mesma natureza, se não houver oposição, eu submeto à votação ambos Requerimentos, em processo de votação única.

 

VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. N.º 72/05 – (Proc. nº 1400/05 – Ver. Adeli Sell) – solicita autorização para representar a Câmara Municipal de Porto Alegre em Belo Horizonte, Minas Gerais, para conhecer as soluções empreendidas na Capital mineira em relação aos vendedores ambulantes, nos dias 14 e 15 de março de 2005, com diárias e passagens.

 

VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. N.º 73/05 – (Proc. nº 1478/05 – Ver. Luiz Braz) – requer representação da Casa em Belo Horizonte, Minas Gerais, com a delegação da Prefeitura Municipal, que objetiva conhecer as soluções empreendidas na Capital Mineira em relação aos vendedores ambulantes, nos dias 14 e 15 de março de 2005, com diárias e passagens. (incluído em 10-03-05)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação Requerimento nº 072/05, de autoria do Ver. Adeli Sell, e Requerimento nº 073/05, de autoria do Ver. Luiz Braz. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que os aprovam permaneçam sentados. APROVADOS, com o voto contra do Ver. Haroldo de Souza.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA (Questão de Ordem): Então, mandaremos dois Vereadores para Belo Horizonte?

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Sim.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Eu pensei que ia apenas um Vereador para Belo Horizonte. A solução foi encontrada assim: mandam-se dois. Acho que também vou fazer um Requerimento para ir a Belo Horizonte.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu registro a manifestação de Vossa Excelência.

Nada mais havendo a tratar, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h08min.)

 

* * * * *